O Canal 1Bilhão Educação Financeira fez uma simulação provando o que vale mais a pena
O brasileiro ainda cresce com o sonho da casa própria que é incentivado pelos pais. E isso tem uma explicação muito simples.
Choque de gerações
A geração com mais de 50 anos viveu de perto a hiperinflação, a mudança de diversas moedas, planos econômicos e, principalmente, o confisco da poupança durante o governo Collor.
Nesta época um dos poucos investimentos seguros era o investimento em imóveis, o famoso investimento em “tijolo”. Porém, a economia brasileira não é a mesma de 40 anos atrás.
Hoje, a estabilidade é muito maior e a oferta de produtos financeiros cresceu absurdamente. A facilidade para investir através de corretoras de valores, bancos digitais, plataformas e assessorias financeiras, também.
Portanto, a dúvida permanece e poucas pessoas sabem se é melhor comprar ou alugar um imóvel. O primeiro ponto que precisa ser analisado é a diversificação. Se a pessoa for imobilizar mais de 50% do patrimônio em um único ativo, ou seja, um apartamento ou uma casa, já está errado, pois imóvel não tem liquidez.
Novas preocupações
Um outro ponto que todos precisam levar em consideração é a questão da mobilidade. O mundo mudou e as pessoas mudam de trabalho e consequentemente de casa muito mais vezes e esta tendência tende a aumentar nos próximos anos.
“Se a pessoa é dona de um apartamento e conseguiu um emprego melhor, porém, distante do local em que ela mora hoje, ela poderá ter dificuldade de conseguir vender seu bem ou até mesmo alugá-lo. Além disso, infelizmente hoje os relacionamentos afetivos também duram cada vez menos e o grande problema das separações está justamente na divisão do patrimônio. Todas estas questões precisam ser levadas em consideração e vão além das questões meramente matemáticas”, explica Fabrizio Gueratto, Financista do Canal 1Bilhão Educação Financeira.
Comprar ou não comprar?
Um fator que pode pesar para adquirir um imóvel é se a pessoa não consegue guardar dinheiro de nenhuma forma, a não ser que tenha um compromisso sério, como um financiamento imobiliário. Neste sentido é melhor ter um imóvel do que não ter guardado nada.
“Este caso específico é aquele em que a pessoa paga mais caro por não ter educação financeira. É a mesma usada por quem aceita um título de capitalização. Ah, pelo menos eu guardo um pouco de dinheiro. É melhor a pessoa buscar disciplina do que fazer péssimos investimentos”, ressalta.
Existe um outro ponto que não é financeiro e também precisa ser levado em consideração. É o chamado “custo felicidade”. “ Se ter um imóvel vai deixar a pessoa emocionalmente mais tranquila e feliz, os argumentos racionais perdem o seu valor”.
Vale a pena comprar imóvel?
O Canal 1Bilhão Educação Financeira fez uma simulação provando que vale a pena viver de aluguel, sempre. A simulação foi feita com um imóvel de R$ 500 mil, sendo que deste total, 20%, ou seja R$ 100 mil foi dado de entrada. Geralmente é este percentual que os bancos exigem para aprovarem o financiamento.
O período de financiamento dos R$ 400 mil será de 30 anos e juros anuais de 9%. A parcela mensal paga será de R$ 3.441,15 e após 360 meses está pessoa terá pago o total de R$ 1.138.814,61. Vale ressaltar que, o imóvel pertence ao banco até que todo o valor seja quitado. Neste cálculo não entraram outros valores como seguro, obrigatório no financiamento imobiliário e despesas com cartório.
Baseado neste mesmo imóvel foi feito o cálculo do valor do aluguel, que em média gira em torno de 0,35%, ou seja, R$ 1.750,00 por mês. Se a pessoa ao invés de comprar, alugasse, ainda sobraria um total de R$ 1.691,15, que poderia ser investido.
Supondo que este investimento rendesse 0,5% ao mês, somados aos R$ 100 mil da entrada, em 10 anos esta pessoa teria R$ 684.284,53, ou seja, ela poderia comprar o imóvel a vista em 10 anos, mesmo ele tendo valorização, ao invés de 30 anos.
“A matemática é precisa. As pessoas precisam deixar de lado o conceito de que morar de aluguel é sinônimo de fracasso e insegurança. Insegurança é você ter seu dinheiro imobilizado, ou pior, estar em um financiamento de décadas, de imóvel que pertence a instituição financeira e que pode ir para leilão se atrasar as parcelas”, finaliza Gueratto.
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