“Caso tenha R$ 250 no RDB no Nubank você está coberto pelo Fundo, mas se este mesmo montante estiver na NuConta não tem garantia do FGC”
Recentemente o unicórnio brasileiro, a fintech Nubank, que conta com 10 milhões de clientes, lançou uma nova modalidade de investimento, o Recibo de Depósito Bancário (RDB), que tem garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), diferentemente da NuConta. “O RDB é muito parecido com o Certificado de Depósito Bancário (CDB), na verdade, é quase a mesma coisa, só muda o nome mesmo. Querem complicar colocando diversas siglas, além de confundir a população também faz com que se interessem menos por educação financeira, algo que ainda é muito escasso no Brasil”, comenta o Financista do Canal 1Bilhão Educação Financeira, Fabrizio Gueratto.
O que muitos estão se perguntando é o motivo do Nubank não ter disponibilizado simplesmente um CDB, como diversas outras instituições financeiras. “Somente um banco múltiplo, ou seja, um banco tradicional, tem autorização para oferecer aos seus clientes um CDB. Já o roxinho é uma fintech, uma conta de pagamentos, por isso não tem CDB em seu portfólio, e passou a oferecer o RDB como forma de investimento. Além da NuConta, claro, que rende também 100% do CDI”, explica Gueratto. Quase não existem diferenças entre eles, mas por exemplo, um CDB é possível vender em um mercado secundário, caso não queira esperar a data do vencimento, já o RDB não. Outra coisa, o RDB diversas instituições financeiras podem emitir, diferente do CDB. “Basicamente eles são a mesma coisa. É emprestar dinheiro para uma instituição e ela te remunerar por isso”, conta.
O RDB, assim como o CDB, tem a garantia do FGC, até R$ 250 por CPF/instituição financeira. Por exemplo, caso tenha R$ 250 no RDB no Nubank você está coberto pelo Fundo, mas se este mesmo montante estiver na NuConta não tem a garantia do FGC, pois a NuConta não é coberta, assim como o Nubank também não tem FGC. “As pessoas estão causando uma confusão enorme com isso, o Nubank não tem cobertura do Fundo, assim como a NuConta também não, mas o RDB sim. Acontece que o Nubank é da Nu Pagamento S.A, que não tem FGC, e o RDB é da Nu Financeira S.A, que conta com a garantia. Ou seja, a Nu Financeira S.A emite o RDB e a Nu Pagamento S.A, o roxinho, distribui. Por isso a Nu Financeira S.A conta com o FGC, por ser uma empresa diferente do Nubank”, ressalta o Financista do Canal 1Bilhão Educação Financeira. Mesmo sendo empresas diferentes, ambas fazem parte do mesmo grupo.
Fabrizio explica que ele prefere deixar o dinheiro do RDB, mesmo que a NuConta não seja perigosa, pois o dinheiro deixado nela só pode ser investido em títulos públicos, ou seja, é tão segura quanto o Tesouro Direto, por exemplo. Caso o Nubank sofra um processo judicial, uma penhora, o dinheiro deixado na NuConta não pode ser penhorado, sequestrado. “Eu, Fabrizio Gueratto, deixaria o dinheiro no RDB, pois prefiro depender de uma entidade privada, particular, do que uma pública. Pois o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) não tem relação nenhuma com o governo. E eu prefiro o que é privado do que é público. Mas isso não quer dizer que o dinheiro da NuConta está correndo algum tipo de perigo, é uma simples questão de preferência. Acho melhor depender do FGC do que depender de títulos públicos federais, ou seja, do governo. Mas praticamente os dois tem a mesma segurança”, ressalta. Caso diversas instituições financeiras quebrem juntas não se sabe o que pode acontecer e muito menos se o FGC será capaz de socorrer todas, pois algo do tipo nunca ocorreu. “Por exemplo, se 30 bancos quebrarem ao mesmo tempo, provavelmente o país já estará um caos para chegar nesse ponto”, finaliza o Financista.