Real e Yuan Digital: Especialistas comentam impactos da moeda digital de Banco Central

Para além das fintechs, Pix e Open Banking, uma nova revolução desponta no horizonte do mercado financeiro, inclusive do Brasil: as moedas digitais de bancos centrais, ou CBDCs.

Mais uma vez, a China saiu na frente com o seu Banco Central (chamado de Banco Popular da China) anunciando a emissão do Yuan Digital para um grupo inicial de até 100 mil pessoas.

Já a CBDC brasileira deve ser lançada em 2022, segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Segundo o banco central dos bancos centrais, o BIS, 80% dos BCs do mundo estudam o assunto, incluindo União Europeia, Estados Unidos, Reino Unido, Índia e Rússia.

Os especialistas da Capco, consultoria global de gestão e tecnologia dedicada ao setor de serviços financeiros, Letícia Murakawa e Manoel Alexandre Bueno e Silva explicam que as moedas digitais nacionais guardam semelhanças com as criptomoedas já conhecidas.

“Assim como o bitcoin, as moedas nacionais digitais se baseiam em criptografia para sua emissão e segurança. Porém partem de uma diferença fundamental: sua emissão é centralizada no Banco Central de cada país, contando assim também com um lastro. No caso das demais criptomoedas como o bitcoin, os emissores podem estar pulverizados”, afirma Letícia Murakawa, diretora executiva da Capco.

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Moedas Digitais

Os especialistas comentam que as moedas digitais de bancos centrais são algo muito novo, mas com grande potencial disruptivo, porque poderiam reduzir a necessidade de intermediários no mercado financeiro e levar à criação de novos produtos no setor.

O impacto é grande também em termos de redução de custos – emitir, transportar e guardar dinheiro em papel cédula gera gastos elevado. No entanto, é provável que os dois modelos (digital e tradicional) ainda convivam por muito tempo.

“Uma mudança grande como essa depende muito também da adesão dos usuários e diversos elos do mercado, assim como estamos vendo com o Pix e o Open Banking. De qualquer forma, ao avançar nesta área, os Bancos Centrais buscam liderar também essa nova onda de inovação”, reforça Manoel Alexandre Bueno, Head do CAPCO Digital Lab São Paulo.

Os executivos estão à disposição para comentar este e outros temas do mercado financeiro. Confiram abaixo os mini-cvs dos porta-vozes.

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