O IPCA de março exibiu alta de 0,93%, abaixo da projeção de 1,06%, da Ativa Investimentos, e da mediana do mercado em 1,03%. Apesar disso o índice se acelerou de 5,2% para 6,1% em doze meses, trajetória que deverá se manter até meados do ano.
“Felizmente nosso desvio de -13 bps foi concentrado. Grande parte foi explicada por uma superestimação das variações projetadas para combustíveis (Gasolina -4bps e Etanol -5bps) e Higiene Pessoal (-3bps). Avaliamos que grande parte do desvio do mercado foi concentrado em tais subitens também”, explica o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.
Sanchez diz ainda que o item Cuidados Pessoais tem comportamento errático e do mesmo jeito que o grupo subiu muito no mês anterior, caiu nesse mês, sua projeção é de fato muito difícil.
IPCA
Sobre o desvio de combustíveis, o menor repasse dos reajustes da refinaria, ou defasagem, não anulam o potencial altista. Contudo o economista avalia que o alívio do etanol no atacado tem tido uma transmissão mais célere do que o estimado. Assim, as projeções negativas de etanol tenderão a se reduzir. De maneira análoga as perspectivas de altas de gasolina deverão ser marginalmente majoradas. “Isso significa que combustíveis, apesar de uma surpresa baixista, deverão ter as perspectivas elevadas”, diz Sanchez.
Apesar da surpresa, a média dos núcleos veio em linha com o esperado pela Ativa Investimentos, 0,41%. Para o economista, isso se dá, pois grande parte do desvio está em combustíveis, que não fazem parte da maioria dos núcleos.
“Apesar da surpresa ter sido baixista, a mesma acabou sendo concentrada e não mudou a tendência estrutural da inflação. Os núcleos seguirão em avanço vagaroso e o headline continuar sua toada de avanço para mais de 7%. Por enquanto mantemos a projeção de 4,9% para o final de 2021 e em breve soltaremos a curva mensal do índice”, finaliza o economista.
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