Veja 5 passos para investir em Fundos de Investimentos

*Por Flavia Calil

Diariamente investidores buscam os fundos de investimento como uma alternativa de rentabilizar seus recursos, mas antes de tudo é importante saber o que é esta classe.

Os fundos de investimento são conhecidos comumente como “condomínios”, onde os investidores aportam os recursos que serão utilizados na aquisição de ativos. Neste conjunto de recursos financeiros de vários investidores, o diferencial dos fundos consiste justamente na capacidade de acessarem ativos que investidores de maneira individual não conseguiriam, além de contarem com um gestor focado em capturar as oportunidades de maneira muito mais assertiva. Pode-se dizer, inclusive, que esta é uma das grandes vantagens de se investir em fundos de investimento: terceirizar a alocação dos seus recursos à expertise de gestores qualificados para tal. Isso é particularmente importante quando o investidor é inexperiente e desconhece os desafios envolvidos nas alocações.

Outra grande vantagem dos fundos de investimento é a diversificação, visto que com um volume maior de recursos, é possível aplicar em mais de um tipo de ativo e se expor a mais de um tipo de risco, conforme mandato do gestor.

Agora que você já sabe basicamente o que são os fundos de investimentos, listamos aqui 5 passos para você escolher aquele ideal à composição do seu portfólio:

1) Disponibilidade de recursos e período

Não poderíamos deixar de listar este como o primeiro passo, afinal, todo fundo possui uma aplicação mínima a qual o investidor deverá dispor para se tornar cotista. Além disso, os fundos possuem um prazo a ser respeitado quando da solicitação de resgate do investimento (prazo de cotização). Ciente disso, a importância extrema é que o investidor disponibilize valores ajustados à sua realidade.
Ressalvada a importância da reserva de emergência (quantia destinada a cobrir eventuais imprevistos), o conhecimento do prazo de cotização também permite ao investidor, em caso de necessidade, se programar financeiramente até a disponibilização do montante investido.

2) Perfil de risco do investidor X Perfil do fundo

Sabemos que todo investimento tem risco. Por isso, além de muito importante, a expectativa pretendida com determinada aplicação é que esteja alinhada ao perfil de risco de cada investidor, que é basicamente o quão disposto se está às oscilações (volatilidade) e perdas. Alguns fundos são mais voláteis que outros. Sabendo disso, o investidor sempre terá a opção de buscar aquele que o faça sentir mais seguro em aportar seus recursos.

Para conhecer o seu perfil de investidor, inicie com estas duas perguntas abaixo:
⦁ Quão disposto estou a conviver com as oscilações deste mercado?
⦁ Quão disposto estou em abrir mão deste recurso em caso de insucesso?

3) Propósito do fundo X Propósito do investidor

Em todo investimento existe um propósito que dá razão à sua existência. O conhecimento da estratégia pretendida pelo fundo, e executada pelo gestor, deve estar alinhado à expectativa do investidor. Assim, investidores que busquem alocações com menos volatilidade, por exemplo, podem evitar se expor a fundos de ações e fundos multimercados, pois estes, em geral, suportam oscilações mais elevadas quando comparados a fundos de renda fixa. Os fundos de renda fixa, por sua vez, são usualmente demandados por investidores mais conservadores, ou ainda aqueles que pretendem liquidez, que é capacidade de conversão do montante aplicado em dinheiro, mais elevadas.

4) Alinhar o objetivo de rentabilidade do investidor ao objetivo do fundo

Uma vez que se tenha em mente o objetivo do fundo, o investidor poderá buscar fundos alinhados ao seu objetivo de rentabilidade. Apesar da rentabilidade ser grande divisor de águas quando da tomada de decisão do investidor, definitivamente não deve ser a única análise por tudo que já falamos.

Assim, o investidor de fundo de ações, por exemplo, poderá observar rentabilidades mais agressivas, mas ao mesmo tempo acompanhadas de maiores riscos. Já o investidor que aplicar em fundos renda fixa, poderão observar rentabilidades, em geral, mais estáveis, ora em linha com as oscilações da taxa Selic, ora em linha com as oscilações dos índices de inflação.

Quando se tem clareza sobre o objetivo do fundo, as expectativas do investidor ficam realistas e o investidor, ao mitigar expectativas fora de contexto, certamente se sentirá mais realizado e confortável com os resultados.

5) Histórica da gestora e do gestor

Este facilmente poderia ser o primeiro passo ao se investir, pois ter seus recursos aplicados com gestores de confiança é tão importante quanto possuir recursos para investir, afinal, é a gestão dos recursos que fará o investidor rentabilizar seu capital ou não.

Para isso, o conhecimento do histórico dos gestores e da gestora faz toda diferença. Sabemos que o mercado financeiro brasileiro ainda se encontra na transição para um mercado mais robusto tal como o mercado americano, com 503 ativos listados no S&P, o índice mais tradicional da bolsa de valores de Nova York – NYSE, fora as demais bolsas, contra aos 91 listados na B3 (Bloomberg).

Desse modo, é natural as gestoras ainda estarem brigando por espaço neste mercado de alta competitividade e de grandes riscos. Se por um lado está a “seleção natural” penalizando boas gestoras que tão somente precisam de tempo para se provarem, por outro ratifica boa parte das gestoras que estão em pé mesmo diante das adversidades.

Uma coisa é certa: o estudo por parte do investidor nunca deve parar – este, inclusive, poderia facilmente ser mais um passo desta listagem. É importante que mesmo contando com um assessor de investimentos, o investidor faça seu dever de casa e dedique um tempo a conhecer as gestoras com quem pretende alocar. É de suma importância conhecer a trajetória dos gestores responsáveis pelo fundo e que exercite diariamente a compreensão do mercado. Este é seguramente o melhor e mais seguro investimento a se fazer.

*Por Flavia Calil, Analista de Fundos do modalmais

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