As vendas no varejo continuaram acelerando em agosto, reforçando o viés positivo para o ritmo de recuperação da atividade econômica no curto prazo.
A afirmação é da economista Lisandra Barbero, da XP Investimentos, para quem o recente recorde dos recursos alocados na poupança eleva a probabilidade de que o varejo continue apresentando recuperação acelerada no ano que vem, mesmo com a redução do auxílio emergencial e a possível queda da renda dos indivíduos mais vulneráveis.
“A forte recuperação continua chamando a atenção. Em agosto de 2020, avançou 3,4% m/m e 6,1% a/a, acima de nossa expectativa (+4,6% a/a) e em linha com o consenso de mercado (+6,0% a/a)”, disse.
E acrescentou: “o varejo ampliado, que inclui material de construção e veículos, acelerou 4,6% m/m e 3,9% a/a, também acima das expectativas [XP: 2,7% a/a e consenso: +3,5% a/a]. Tanto as vendas do varejo restrito quanto as do varejo ampliado já ultrapassam os níveis pré-pandemia.”
Varejo: Segmentos
Segundo ela, vestuário, artigos de uso pessoal e veículos foram os setores que apresentaram as recuperações mais acentuadas no mês, mas com os benefícios trazidos pelo auxílio emergencial e demais estímulos (fiscais, creditícios e monetários) durante a pandemia.
“A recuperação do setor segue generalizada. Bens duráveis, semiduráveis e não duráveis já ultrapassam os níveis pré-pandemia e de acordo com o nosso índice de difusão, mais de 74% do setor varejista já têm apresentado ritmo de crescimento consistente nos últimos meses”, disse.
E complementou: “projetamos variação do PIB de +6,8% T/T para o terceiro trimestre desse ano e -4,8% para 2020, mas assim como os resultados da Anfavea divulgados ontem e os dados de confiança da FGV, o resultado do varejo em agosto traz mais um viés positivo para as nossas projeções de atividade econômica de curto prazo.”
Recorde dos recursos
Para a especialista, o recente recorde dos recursos alocados na poupança também eleva a probabilidade de que o varejo continue apresentando recuperação acelerada no ano que vem, mesmo com a redução do auxílio emergencial e a possível queda da renda dos indivíduos mais vulneráveis.
“Para setembro de 2020, esperamos que o varejo restrito apresente expansão de 4,5% a/a e +0,8% m/m e que o varejo ampliado acelere 3,6% a/a e +0,7% m/m”, concluiu.
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