O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa básica de juros, a Selic, de 3,5% para 4,25% ao ano. Com isso, essa foi a terceira alta consecutiva em 2021, registrado o maior aumento desde o início de fevereiro do ano passado, época em que a taxa de juros estava em 4,50%.
A decisão do aumento da Selic foi votada na tarde de ontem (16) pelo Banco Central. Entretanto, para tomar a decisão, o mesmo informou que levou em consideração a pressão inflacionária, que “revela-se maior que o esperado”.
Dessa forma, com a piora do cenário hídrico e tarifas de energia elétrica mais caras, acaba contribuindo para manter os preços em alta à curto prazo, mesmo com a recente valorização do real frente ao dólar.
Inflação descontrolada
Os juros são usados muitas vezes como ferramenta do Banco Central para tentar controlar a inflação ou estimular a economia do país. Portanto, à medida que a inflação aumenta, a autoridade acaba subindo os juros para reduzir o consumo, forçando os preços a diminuir.
Este ano, a meta é que a inflação seja de 3,75%, mas há uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.
Contudo, a inflação fechou em 4,52% no ano passado, o maior índice desde 2016, superando a meta do governo para 2020, que era de 4%. O último dado divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estática) foi de 0,83%. Em suma, o acumulado em 12 meses chega a 8,06%.
“Pelo lado do IPCA, a alta das commodities e o inflação dos bens industriais e da energia acima do esperado, haja a vista para a crise hídrica, contribui para que os preços subam”, afirma Matheus Jaconeli, economista da Nova Futura Investimentos.
“O Banco Central projeta a continuação do processo de normalização com altas na mesma proporção (0,75 pontos percentuais), mas ao dizer que pode reagir de forma mais contundente caso as expectativas de inflação continuem a aumentar de forma abrupta, principalmente para 2022, abrindo cenário de elevação de 1 ponto percentual”, completa.
Como a Poupança fica agora?
A princípio, com o aumento da taxa Selic, a poupança passará a render um pouco mais. Portanto, sua rentabilidade será de 0,25% ao mês e 2,98% ao ano, de acordo com cálculos feitos pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade).
Mesmo com o rendimento maior, é importante lembrar que a poupança vem perdendo para a inflação há algum tempo.
Em 9 meses seguidos, o investimento vem tendo uma enorme queda no poder de compra. Isso porque com os juros baixos, ela rende menos devido a uma regra criada em 2012.
Dessa forma, quando a taxa de juros está acima de 8,5% ao ano, a poupança chega a 6,17% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR). Porém, com a Selic menor ou igual à 8,5%, passa a render 70% da Selic mais TR, que está em zero desde 2017.
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