O saldo da balança comercial em junho de 2023 foi de US$ 30 bilhões, levando a um superávit de US$ 45,1 bilhões no primeiro semestre do corrente ano. Na comparação mensal, o saldo de 2023 foi superior em US$ 1,6 bilhão ao de junho de 2022. Na comparação dos primeiros semestres, o saldo de 2023 foi US$ 10,8 bilhões maior do que o de 2022. Os dados são do ICOMEX da FGV/IBRE e foram apresentados nesta manhã no Rio de Janeiro.
A melhora do superávit foi obtida com um recuo maior nas importações (-18,2%) do que nas exportações (-8,5%), na base mensal, e com a queda nas importações (-7,1%) e um pequeno aumento nas exportações (+1%), na comparação semestral. Não seria um cenário a ser comemorado, a melhora do superávit está associado a uma redução nas importações o que reflete o baixo nível de atividade econômica do país. No entanto, os dados chamam a atenção para um resultado que merece ser analisado.
“De um lado, a queda de preços tanto nas exportações quanto nas importações, mas, por outro lado, o aumento do volume exportado e a variação quase nula nas importações. O comportamento do volume importado é condizente com o baixo nível de atividade. O aumento no volume exportado se traduz em aumento real das vendas no mercado mundial”, explicaram os analistas.
Seria apenas uma oportunidade com a crise na Ucrânia e seca na Argentina levando ao aumento da demanda pelos grãos e petróleo brasileiros?
Comparando a evolução
Comparamos a evolução dos índices de preços e do volume do primeiro semestre dos anos de 2007 a 2023. Para a obtenção dos superávits, um dos componentes do valor pode dominar. Entre o primeiro semestre de 2022 e o de 2021, os preços cresceram 19,8% e o volume, 0,5%. Entre o primeiro semestre de 2023 e o de 2022, como mencionamos, o comportamento foi o inverso: preços com recuo de 6,5% e aumento no volume de 8,5%. Aumentos de volume para a análise das exportações traduzem maiores ganhos de acesso a mercados. Sob esse prisma, a tendência crescente no aumento do volume exportado é um sinal positivo para o setor externo.
Na comparação interanual de junho de 2022 e 2023, os preços das commodities recuaram 18,4% e o volume aumentou 10,3%. No acumulado do ano até junho, os preços caíram 7,2% e o volume cresceu 9,1%. Essa mesma comparação entre 2021 e 2022 registrou os seguintes resultados.
Quando da comparação mensal, os preços aumentaram em 15,9% e o volume recuou em 6,2%; na semestral, os preços cresceram 21,6% e o volume caiu 3,3%. O resultado de junho, portanto, consolida a liderança no volume no desempenho das exportações das commodities.
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