Superávit Comercial foi de US$9 bi

Resultado é de outubro e entre as lideranças nas exportações estava a agropecuária

O superávit da balança comercial de outubro, no valor de US$ 9,0 bilhões, superou em US$ 5,6 bilhões o de igual período em 2022. No acumulado do ano até outubro, o saldo, no valor de US$ 80,2 bilhões, já é o maior na série histórica anual da balança comercial. Os dados são do ICOMEX divulgados hoje pelo FGV/IBRE.

Com esses resultados, o superávit de 2023 deverá ficar entre US$ 95 bilhões e US$ 100 bilhões. A variação interanual mensal do volume exportado foi positiva, exceto em fevereiro; e do volume importado foi negativa, com algumas exceções ao longo do ano.  A variação interanual mensal dos preços foi negativa ao longo do ano, exceto nos dois primeiros meses do ano para as exportações; para as importações, as exceções foram os meses de janeiro e março.

No mês de outubro, a variação do volume exportado foi de 14,9% levando a que o aumento no acumulado do ano até esse mês tenha sido de 9,3%. No caso do volume importado, a variação interanual foi negativa (- 3,7%) e no acumulado do ano até outubro foi registrada uma queda de 2,7%, em relação a 2023. Na comparação do acumulado do ano, os preços exportados recuaram 7,4% e os importados, 9,2%. No ano de 2023, o aumento das exportações está associado ao desempenho das commodities.

Em volume, as exportações aumentaram 31,9% na comparação interanual do mês de outubro e as não commodities, 4,2%. A principal commodity exportada em outubro foi o petróleo bruto, com participação na pauta de 13,6% e variação em valor da média diária de 22,8%, puxada pelo volume, pois os preços recuaram.

Em seguida vem a soja, com participação de 9,8% e variação em valor pela média diária de 12,2%, repetindo o comportamento do petróleo em termos de volume (aumento) e queda nos preços. Chama a atenção o minério de ferro, com participação de 9,4% e variação em valor pela média diária de 36%, resultantes do aumento exportado em volume (14,6%) e preços (18,6%), ambos pela média diária.

A melhora das exportações do minério está associada a um aumento da demanda chinesa pelo produto no mercado mundial para elevar sua produção de aço, e ao período de maiores embarques em função de condições climáticas no Norte do Brasil, onde está Carajás.

Especialistas do setor consideram que as perspectivas, porém, são de redução da demanda chinesa para atender metas de controle da produção de aço. No acumulado do ano, o volume exportado das commodities registrou variação positiva de 12,5% e o das não commodities recuou 1,3%.

Os preços das commodities caíram 14,6% na comparação mensal e 9,2% no acumulado do ano. Entre as três principais commodities exportadas, soja e petróleo registram aumento em valor, mas o minério de ferro recuou 2,3%.

Desde o início de 2022, os termos de troca têm se mantido estáveis, com os preços das importações e exportações seguindo comportamentos similares. A variação dos termos de troca entre o acumulado do ano até outubro de 2022 e 2023 foi de 2%.

Em setembro e outubro a variação negativa nos preços importados foi maior do que a das exportações, levando a um aumento de 4,9% nos termos de troca entre os meses de outubro de 2022 e 2023. Não consideramos que o hiato entre a variação dos dois preços inicie uma tendência crescente nos próximos meses.

A indústria extrativa liderou o volume exportado no mês de outubro, com variação de 34,8% em relação a outubro de 2022. Como antes mencionado, além do petróleo, contribuiu para esse resultado o crescimento das vendas de minério de ferro.

O aumento no volume da agropecuária foi de 34,2%, confirmando o seu dinamismo no corrente ano, enquanto a transformação continua a mostrar fraco desempenho com variação de 2,5%. No acumulado do ano até outubro, agropecuária e extrativa registraram aumentos de 23,3% e 21,0%, respectivamente e a transformação uma queda de 0,8%, em relação a igual período de 2022.

Os preços caem na comparação do acumulado do ano e na do mensal para todas as atividades. A exceção foi o aumento de 4,5% entre os meses de outubro para a indústria extrativa. A variação por média diária dos preços do petróleo bruto, que explicou 55% das exportações, recuou 3,6%, mas a do minério de ferro, com participação de 38%, aumentou 18,6%, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).

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