O Índice de Confiança da Indústria – ICI do FGV IBRE recuou 1,6 ponto em maio, para 92,9 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice subiu pelo terceiro mês consecutivo ao variar 0,3 ponto, para 93,9 pontos. Os dados foram apresentados nesta segunda-feira no Rio de Janeiro.
“A confiança da indústria voltou a desacelerar influenciada não apenas pela percepção de piora da situação atual, mas também pelas perspectivas pessimistas em relação aos próximos meses. A queda foi difusa entre os segmentos pesquisados, porém mais intensa nas categorias de uso de bens de consumo duráveis e não duráveis, que observam piora da demanda elevando o nível dos estoques”, comenta Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
O cenário desafiador atual, com enfraquecimento na demanda, taxa de juros elevada e inflação geram maior cautela nos empresários que projetam redução na produção e uma tendência negativa para os negócios nos próximos seis meses parecida com o observada no período da pandemia em 2020.
Em maio, houve queda da confiança em 13 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela Sondagem. O resultado reflete piora tanto nas avaliações sobre a situação atual, quanto nas expectativas em relação aos próximos meses. O Índice Situação Atual (ISA) e o de Expectativas (IE) recuaram 1,7 ponto para 91,8 pontos e 94,0 pontos, respectivamente.
Entre os quesitos que integram o ISA, a percepção dos empresários em relação ao nível de demanda foi o que mais influenciou negativamente o resultado do índice com queda de 2,5 pontos no indicador para 92,4 pontos. O indicador que mede o nível de estoques também piorou ao subir 1,6 ponto para 106,6 pontos se mantendo acima do nível neutro desde setembro de 2022. Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável). Em menor proporção, o indicador que mede a percepção dos empresários em relação à situação atual dos negócios cedeu 0,5 ponto para 90,6, menor nível desde novembro de 2022.
Em relação as perspectivas futuras, os empresários se mantêm pessimistas pelo segundo mês consecutivo, após a forte melhora em março. O indicador que mede a produção prevista para os próximos três meses foi o que exerceu maior influência no índice, ao recuar 4,1 pontos, para 96,6 pontos. No horizonte de seis meses, há piora da tendência dos negócios com queda de 2,6 pontos no indicador que atinge 87,6 pontos, menor nível desde julho de 2020, período em que a economia sofria fortes efeitos do lockdown. No sentido contrário, o emprego previsto avançou 1,6 ponto, para 98,1 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria cedeu 0,6 ponto percentual, para 80,1%.
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