O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,7% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre, surpreendendo o mercado que esperava pouco mais de 8% de alta.
Entretanto, apesar da boa notícia, a singela alta não foi capaz de reverter as perdas decorrentes da pandemia do novo coronavírus.
O levantamento é do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE), para quem o auxílio emergencial fez a economia registrar no período o maior crescimento em duas décadas.
Variação histórica
Conforme o Instituto, essa é a maior variação da série histórica, iniciada em 1996. Com esse resultado, a economia do país está no mesmo patamar de 2017, com uma perda acumulada de 5% de janeiro a setembro, em relação ao mesmo período de 2019.
Já na comparação anual, houve retração de 3,9% ante igual período de 2019. No acumulado do ano, ao fechar 2020, estima-se que haja retração em 4,50%.
Explicação
Para o IBGE, a forte alta do terceiro trimestre se explica, em parte, por um efeito estatístico. O salto se segue ao recuo de 1,5% no primeiro trimestre ante o quarto trimestre de 2019 e ao tombo, também recorde, de 9,6% no segundo trimestre.
Economia desligada
Professor do Departamento de Economia da PUC-Rio, Eduardo Zilbermann disse ao Estadão que de abril a junho, a retração foi tão pior do que em outras crises porque a economia foi “desligada” no início da pandemia. A afirmação faz referência às regras de restrição ao contato entre as pessoas.
Para ele, o PIB é uma medida de fluxo, de quanto se gera de valor continuamente ao longo do tempo. Em outras crises – causadas por inflação, desequilíbrios nas contas externas ou bolhas financeiras, etc. -, as empresas entram em dificuldade, suspendem investimentos e demitem funcionários, ou a renda das famílias é corroída, e elas consomem menos.
Assim, lojas vendem menos, mas seguem vendendo. Indústrias veem a demanda caindo e reduzem a produção, mas seguem produzindo. E o fluxo se reduz na comparação com períodos anteriores.
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