Peixe Urbano é alvo de críticas no Procon e sai do ar

Empresa entra para a lista de sites ruins do Procon e suas dívidas chegam a milhões de reais

A Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) informou esta semana que o Peixe Urbano foi adicionado à sua lista de “evite este site”. A empresa foi pioneira em serviços de compras coletivas e ofertas de cupons de desconto online.

Há muito tempo, o órgão monitora sites e os seleciona para sua “lista negativa”, quando são arbitrários. Com o intuito de alertar o consumidor, a lista contém os endereços de portais que não são confiáveis e podem desrespeitar a privacidade e segurança de dados do usuário.

O Procon-SP notificou o Peixe Urbano no início deste mês, com o objetivo de obter informações sobre o serviço e, dessa forma, verificar a originalidade da página. Entre os dados solicitados estão: endereço comercial e eletrônico, contato telefônico, assim como uma proposta de atendimento às queixas dos consumidores.

Site fora do ar

O Peixe Urbano saiu do ar ainda em fevereiro de 2021. Os problemas que o trouxeram até este ponto já ocorriam há bastante tempo.

Só em 2020, o Procon-SP registrou 297 reclamações formais dos serviços prestados pelo site. Nos primeiros meses deste ano, as queixas aumentaram ao ponto de ultrapassar a quantidade total do ano passado, alcançando 328 queixas de insatisfações.

Portanto, após retirar o site do ar, a empresa, considerada a primeira startup brasileira de e-commerce local, teve sérios problemas financeiros. Atualmente, ela deve cerca de R$ 50 milhões para seus ex-funcionários e empresas parceiras.

Do sucesso ao declínio

De acordo com dados do site Bolsa de Ofertas, o Peixe Urbano e o Groupon tiveram seu auge em 2010. Os dois eram líderes na época. Desse modo, o país chegou a registrar 1.890 sites de compra coletiva e 73 agregadores de ofertas no ano seguinte.

Em sua época de ouro, o Peixe Urbano chegou a ter Luciano Huck como um dos sócios do portal e a empresa de tecnologia Morgan Stanley Investment Management (MSBR34), assim como a T. Rowe Price Associates (T1RO34), comprada em 2014 pela companhia chinesa Baidu (BIDU34).