O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou em entrevista, nesta quarta-feira (28), que as empresas participantes do regime Simples Nacional não entrarão na nova regra proposta de taxação sobre dividendos. O mesmo fez a afirmação após ser questionado sobre o tema por jornalistas.
Além disso, durante a coletiva, o ministro também disse que um dos principais objetivos da reforma tributária é fazer com que os mais afortunados do Brasil paguem mais Imposto de Renda (IR), sobre lucros e dividendos.
Dessa forma, o economista ainda enfatizou que o governo pretende reduzir o Imposto das companhias, em cerca de 10 pontos percentuais em 2022. Por outro lado, Guedes informou que não abre mão de restabelecer a tributação dos dividendos.
Taxação sobre os dividendos
A proposta de reforma tributária prevê a taxação de 20% sobre os dividendos distribuídos à acionistas. No entanto, estão isentos aqueles que recebem valores mensais de até R$ 20 mil.
Dessa forma, a nova tributação acabou gerando uma reação no setor privado. Isso porque, de acordo com eles, a medida implica uma taxa maior sobre o total de lucros, mesmo com a redução do IRPJ.
Vale lembrar que o regime Simples Nacional é para micro e pequenas empresas, que obtêm faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.
“Super-ricos” pagam mais
Na entrevista, Guedes falou também sobre objetivo de fazer com que os “super-ricos” do país paguem mais impostos. De acordo com o ministro, os empresários defendem que já pagam impostos em conjunto com os tributos de suas empresas.
“Não queremos que vocês paguem nas empresas, nós queremos o contrário: reduzir a tributação nas empresas. A tributação das empresas cai de 34% para 24% já. Nós chegamos na média da OCDE que é em torno de 23 e 24”, disse.
“Vamos baixar imediatamente 10%. Essa é a ideia da reforma tributária também. O relator que está completamente afinado conosco […] fala em termos de 20 até R$ 30 bilhões de queda de arrecadação, cumprindo a nossa promessa de que nós não vamos aumentar os impostos”, completou.