Mercado financeiro aguarda futuro da política fiscal, diz economista da Nova Futura

A reforma administrativa, bem como a reforma tributária, são duas demandas que estão na pauta do governo e na expectativa dos empresários. “O mercado financeiro aguarda o futuro da política fiscal”, ressalta o economista Pedro Paulo Silveira, da Nova Futura.

Para ele, o governo precisa pensar em outra iniciativa para colocar no lugar do Renda Brasil, programa de cunho social que sequer saiu do papel.

Outro ponto que chama a atenção do especialista é a estagnação monetária. Trata-se da posição do governo em manter as taxas de juros em patamares muito abaixo para, com isso, incentivar o consumo. Entretanto, a medida pressiona a inflação.

“Essa semana teremos novamente discussões em torno das reformas do Brasil, o que continuará trazendo problemas para o mercado. Eu já previa que o Renda Brasil iria desaparecer uma hora ou outra, justamente porque o governo não pode retirar o auxílio emergencial sem colocar nada no lugar”, destaca.

E diz mais: “o que vem segurando a economia nacional de uma queda maior que 10%, dado do segundo trimestre deste ano, é a injeção de renda extra. Porém, se a mesma for retirada abruptamente, a economia irá afundar, e a aprovação do governo afundará junto. Por isso, eles precisam pensar em outro programa para colocar no lugar, algo que realmente saia do papel”, explica.

Mercado financeiro aguarda futuro da política fiscal, diz economista da Nova Futura

Preocupação

Sócia-Diretora da FB Wealth, Daniela Casabona ressalta que o mercado econômico está com uma preocupação muito grande em relação à política fiscal.

“O governo não está entrando em um consenso, o que gera rumores sobre uma possível saída do Guedes [ministro da Economia, na foto acima], apontamento este que todo mundo está de olho. O ministro fala uma coisa e o governo rebate com outra. Graças a isso, é possível perceber um desentendimento mais sério do que pensávamos. Atualmente, a principal preocupação da Bolsa é um aumento de volatilidade causado principalmente pelas notícias ruins e não pelas boas. Além disso, provavelmente não conseguiremos acompanhar o mercado externo, que vem mostrando leves sinais de recuperação”, completa.

Inflação

O Banco Central reconheceu nesta terça-feira, 22, que a inflação ao consumidor “deve se elevar no curto prazo”.

De acordo com a instituição, contribuem para isso “o movimento de alta temporária nos preços dos alimentos” e a “normalização parcial dos preços de alguns serviços”, na esteira da retomada da atividade e da redução do isolamento social.

Essas considerações foram feitas na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom). Na semana passada, o colegiado manteve a Selic, a taxa básica de juros, em 2% ao ano, depois de nove cortes consecutivos.

Da reunião do Copom de agosto para a de setembro, algumas pressões inflacionárias ficaram claras, como a verificada na alta do preço do arroz. No documento de hoje, o Copom trata a pressão sobre os alimentos como “temporária”.

Em 12 meses até agosto, o preço dos alimentos subiu 8,83%. Esse reajuste não tem apenas um alimento como responsável — a maioria está com preços recordes no campo.

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