A economia internacional tem perspectivas muito positivas devido ao noticiário em torno da vacina.
Os resultados apresentados têm, supostamente, superado as expectativas dos agentes, e faz com que os mercados antecipem o crescimento que pode ocorrer no primeiro trimestre do próximo ano.
Além disso, com as eleições americanas concluídas e em um cenário com Biden na presidência e Yellen como secretária do Tesouro, bem como a continuação do relaxamento monetário por parte do FED, haverá novo fôlego para economia dos Estados Unidos e, consequentemente, para a economia global.
Economia: estímulos
Os estímulos nos Estados Unidos, injetando mais dólares no mundo e empurrando a a economia, juntamente com a queda nos ruídos políticos e globais, fará com que o dólar perca força diante das demais moedas, principalmente as emergentes, contribuindo para a retomada de tais países.
O crescimento da China, que já vem ocorrendo, também será um fator positivo para tais economias.
Economia: peculiaridades
No entanto, o Brasil tem fatores idiossincráticos que podem diminuir o potencial da retomada emergente ou, até mesmo ficar trás quando comparado com os demais países.
Os riscos internos do Brasil giram em torno da questão fiscal e política. Infelizmente, o governo ainda não deu uma perspectiva concreta de como se dará a condução da política fiscal e como será equacionada para fazer com que o risco percebido em relação ao país se eleve, fazendo com que o prêmio de risco pressione os juros, reduzindo a possibilidade de investimento na economia.
Questões fiscais
Caso as questões fiscais não sejam de fato resolvidas, a dívida bruta poderá atingir 93,1% do PIB ao fim de 2020 segundo a Instituição Fiscal Independente.
Apesar de haver ligeira melhora devido ao crescimento do PIB e melhora na arrecadação, o cenário futuro pode trazer riscos. As agendas de reformas voltarão apenas em fevereiro de 2021, trazendo mais incertezas até lá.
Auxílio emergencial
Outro fator que gera dúvida é como a economia se comportará sem o auxílio emergencial, pois a queda abaixo do esperado da economia brasileira durante a crise se deve em grande medida, à manutenção da renda, o que sustentou a demanda agregada.
Ainda levando em conta os fatores internos e as contas públicas, apesar do desemprego subir 14,6%, tal número é marginal.
Considerando o número de pessoas que ainda não estão buscando novas vagas, o desemprego pode chegar a 25%, evidenciando que sem algum plano para conciliar uma política de rendas com uma boa gestão fiscal, o potencial de crescimento da economia brasileira pode ser afetado.
Guinada de Bolsonaro
Além disso, ainda há o temor de uma guinada mais expansionista de Jair Bolsonaro, em busca de manter sua popularidade.
A política externa é um fator que pode afetar a economia brasileira por conta do alinhamento político que o presidente do Brasil tinha com Donald Trump e em torno das mesmas agendas em relação ao comércio exterior.
Também porque questões climáticas podem afetar as relações comerciais do Brasil com o restante do mundo, principalmente com a Europa e Estados Unidos.
Assim, as exportações, que podem continuar a ser uma das variáveis positivas para economia brasileira, devido à retomada da economia internacional e elevação nos preços das commodities, correm risco de perderem caso o governo não se reposicione geopoliticamente.
Números positivos
Entretanto, ainda há números positivos em relação à economia Brasileira. Devido à melhora nos indicadores de atividade econômica, principalmente da indústria e do comércio podem ser sustentados, além de haver retomada posterior do setor de serviços, caso o governo consiga equacionar as questões ficais juntamente com uma política de rendas factível.
Além disso, se o governo flexibilizar seu posicionamento internacional buscando ser menos combativo, em busca do pragmatismo, o Brasil pode ganhar o crescimento da economia internacional.
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