A China não anda bem das pernas. Isso porque, além de uma crise econômica gerada pela queda das commodities e a derrocada da Evergrande, a segunda potência mundial pode enfrentar problemas de energia.
O país asiático enfrenta um choque em seu sistema de abastecimento elétrico. Dessa forma, isso pode atingir de forma catastrófica a economia chinesa e a brasileira de quebra também.
Entenda as causas dessas crises e como seus desdobramentos podem afetar a rotina do Brasil, bem como o mercado de investimentos.
Motivos da crise
Não há um único motivo para a crise enfrentada na China, assim como aqui no Brasil, a mesma vem de uma junção de fatores. Entre eles, a descarbonização da economia chinesa, que implicou na diminuição da produção de energia.
Dessa forma, com a chegada do inverno chinês, a economia do país corre risco de ter um agravante. Devido a escassez de carvão e gás, que foram predominantemente utilizados para aquecer residências e operar fábricas.
Vale ressaltar que a região oriental já teve que racionar energia em meses mais frios antes. Entretanto, essa é a primeira vez que o país terá que fazer isso em meio aos preços globais desses combustíveis em níveis tão altos.
Economia chinesa em risco
A crise na economia chinesa atingiu de forma séria vários setores. Por exemplo, o setor industrial, como é o caso de fábricas de fundições de alumínio, produtores têxteis e esmagadoras de soja, que tiveram que desacelerar a atividade ou, até mesmo, paralisar as operações totalmente.
Sendo assim, cerca de 50% das regiões chinesas não conseguiram cumprir a meta de consumo energético, que foram estabelecidas para controlar a crise e o uso de eletricidade.
Entre as áreas mais afetadas, se encontram as cidades de Jiangsu, Zhejiang e Guangdon. Em conjunto, essas cidades correspondem a 30% da toda a economia chinesa.
Resquícios no Brasil
A piora da crise de energia na China, junto com o risco da Evergrande não pagar sua enorme dívida com o Brasil, avaliada em US$ 300 mil, é um grande problema.
Vale lembrar que dívida enorme com o Brasil e a crise de energia podem significar um colapso no sistema financeiro chinês, o que geraria problemas nos mercados e economias internacionais. Afinal, a China é uma grande compradora de produtos internacionais. Além disso, a Evergrande também tomou empréstimos em outros países.
Em suma, a recuperação econômica após os lockdowns da Covid-19, que impulsionou a demanda de famílias e empresas, coincide com menores investimentos de mineradoras e petroleiras, o quais tiveram sua produção drasticamente reduzidas.