O crédito pode ter avançado 1,0% em novembro. O saldo da carteira faz parte da Pesquisa Especial da Febraban.
Para o mês de novembro, o crescimento deve ser liderado pelo crédito livre (+1,4%), com bom desempenho tanto na carteira pessoa física (+1,3%) quanto na carteira pessoa jurídica (+1,5%). Com o resultado, em 12 meses, o crescimento da carteira total deve seguir desacelerando, mas de maneira mais contida, passando de 7,3% para 7,0%, sugerindo que o ritmo de expansão do crédito pode começar a se estabilizar próximo ao atual nível.
As projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam, a depender da linha de crédito, de 41% a 88% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional. O levantamento da Febraban é divulgado mensalmente como uma prévia dos dados oficiais, que serão divulgados em 04 de janeiro pelo Banco Central em sua Nota de Política Monetária e Operações de Crédito.
De acordo com a pesquisa, no caso do crédito às famílias, o avanço deve ser novamente puxado pelas linhas de menor risco, como o cartão à vista, aquisição de veículos e crédito pessoal, enquanto as linhas rotativas devem mostrar novo recuo, refletindo o movimento das instituições financeiras em reduzir o risco da carteira. O levantamento mostra que o resultado deve interromper a trajetória de desaceleração da carteira com recursos livres para as pessoas físicas, que deve ficar praticamente estável em 12 meses, em 7,9% (ante 8,0% em outubro).
O levantamento mostra que na carteira pessoa jurídica a alta deve ser liderada pelas linhas de descontos de recebíveis. O avanço deve ser suficiente para dar algum fôlego ao ritmo de expansão anual do segmento (de 1,1% para 1,7%), interrompendo uma trajetória de desaceleração que vem sendo observada desde meados de 2022.
“A pesquisa sugere que o movimento de desaceleração no ritmo de expansão da carteira de crédito com recursos livres pode estar chegando ao fim”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação e Riscos da Febraban.
“Após atingir alta anual de 21,9% em junho de 2022, o segmento, que é mais sensível à política monetária e à evolução do cenário macroeconômico, desacelerou para 5,0% em outubro. E, agora em novembro, nossa estimativa é de uma ligeira aceleração para 5,2%. Embora ainda seja um pouco cedo para afirmar, pode se tratar de um início da trajetória de estabilização ou mesmo inversão do segmento, diante do ciclo de queda da taxa Selic e de indicações sólidas de melhora da inadimplência, especialmente na carteira destinada às famílias”, complementa Sardenberg.
O crédito direcionado também deve crescer em novembro, mas de maneira mais modesta (+0,6%). A alta deve ser puxada pela carteira pessoa física (+0,8%), com o crédito rural mais uma vez liderando o segmento. Já a carteira pessoa jurídica direcionada deve ficar praticamente estável (+0,1%) em novembro, mostrando alguma acomodação após o bom avanço dos últimos meses.
Concessões
De acordo com a Pesquisa Especial de Crédito, as concessões devem apresentar crescimento mensal de 3,2% em novembro. Quando ajustadas pelo número de dias úteis, a alta deve ser mais forte, de 8,4% no mês.
O maior volume (ajustado por dias úteis) deve ser observado nas operações com recursos livres, com alta de 11,9%, beneficiadas pelo impulso sazonal que ocorre nos últimos meses do ano. No caso, as compras de fim de ano impulsionam tanto as modalidades destinadas ao consumo das famílias, como o cartão de crédito à vista, quanto as modalidades de fluxo de caixa das empresas, como descontos de duplicatas e antecipação de recebíveis.
Já as operações com recursos direcionados devem retrair 20,3%, refletindo o menor fluxo de recursos do Plano Safra (que naturalmente diminui com o avanço do programa) e a acomodação dos desembolsos relacionados aos programas públicos de crédito.
Já no acumulado em 12 meses, o volume de novas concessões deve continuar em trajetória de desaceleração, mas, assim como no saldo, também sugerindo que tal processo está próximo do fim, passando de 4,6% para 4,4%. Na carteira pessoa jurídica, o crescimento das concessões no acumulado em 12 meses deve ficar em 0,4% (ante 0,5%), enquanto na carteira pessoa física deve ficar em 7,9% (ante 8,1%).
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