O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vendeu nesta segunda (16) um novo lote de ações da Vale (VALE3), levantando R$ 2,5 bilhões.
De acordo com a Folhapress, foram negociados 40 milhões de papéis, como parte de estratégia para enxugar a carteira de participações acionárias do banco.
No primeiro lote, em agosto, o BNDES vendeu R$ 8,1 bilhões em ações da empresa. A operação impulsionou o resultado do banco no terceiro trimestre, elevando o lucro a R$ 8,7 bilhões, alta de 222% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Duas operações
Com as duas operações, o banco estatal de fomento já se desfez de 175 milhões de ações da mineradora, que passa este ano pela última fase do processo de pulverização do controle societário previsto por acordo de acionistas assinado em 2017.
O acordo liberou empresas do extinto grupo de controle, do qual o BNDES fazia parte, para vender os 20,6% de suas participações na companhia que estavam bloqueados.
Além do banco estatal, o grupo tinha a participação do Bradesco, de fundos de pensão e da Mitsui, um dos maiores conglomerados japoneses.
Reduzir a ingerência
O objetivo da mineradora é reduzir os riscos de ingerência política na gestão – o governo pode exercer influência na companhia por meio dos fundos de pensão estatais e do BNDESPar. Após a operação, as ações da Vale fecharam o pregão em alta de 3%.
O programa de venda de ações é parte de uma estratégia do banco para reduzir os impactos da volatilidade das Bolsas de valores sobre seu resultado.
Foi apontado como uma das prioridades pelo presidente da instituição, Gustavo Montezano, em sua posse.
As operações têm contribuído para o aumento do lucro do BNDES mesmo em meio à pandemia. Entre janeiro e setembro, o banco acumula lucro de R$ 13,7 bilhões.
Além de Vale, já foram vendidas ações, entre outros, de Suzano, Fíbria, Grupo Rede e Petrobras, na maior oferta pública na Bolsa brasileira desde 2010, que movimentou R$ 23 bilhões.
Ao fim do terceiro trimestre, a carteira de participações do BNDES valia R$ 71 bilhões, valor 37,8% menor do que o verificado no fim de 2019.
Além das vendas de ações, a queda reflete também a desvalorização dos papéis após o início da pandemia.
Visa ainda reduzir a volatilidade sobre os resultados, o plano de venda de ações garante ao BNDES recursos para sua atuação anti-cíclica em meio à crise gerada pela pandemia.
No fim do terceiro trimestre, a carteira de crédito do banco chegou a R$ 452 bilhões, 2,4% a mais do que no fim de 2019. Em créditos emergenciais, foram liberados R$ 136 bilhões em 2020, beneficiando 267 mil empresas.
Em entrevista para detalhar o balanço na semana passada, Montezano destacou a oferta de empréstimos para pequenas e médias empresas, que era um problema no início da pandemia, diante da maior aversão ao risco pelos bancos privados.
Ainda assim, a direção do banco espera o desenvolvimento do cenário antes de decidir por novos pagamentos antecipados de sua dívida com o Tesouro, ampliada durante os governos petistas para liberar crédito após a crise de 2008.
Veja VALE3 na Bolsa:
Elétrica CEEE-D
O leilão de privatização dos ativos de distribuição de energia da elétrica gaúcha CEEE deve ser realizado em fevereiro de 2021, projetou nesta segunda-feira (16) o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem assessorado o processo.
Segundo a Reuters, o governo do Rio Grande do Sul, controlador da companhia, deverá realizar nas próximas semanas apresentações a potenciais investidores interessados na chamada CEEE-D, acrescentou o banco estatal em comunicado.
“O edital deverá ser publicado na primeira semana de dezembro e a sessão pública do leilão está prevista para fevereiro de 2021”, estimou o BNDES, que promoveu nesta segunda-feira uma audiência pública sobre a desestatização da empresa.
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