Presidente do Banco do Brasil (BBAS3), André Brandão disse a interlocutores na última semana que pretende deixar a instituição por conta da ingerência proveniente do governo.
O destino dele à frente da instituição deve ser selado esta semana. De um lado o presidente da República, Jair Bolsonaro, pretende mexer na Casa. Do outro, o ministro Paulo Guedes tenta manter a permanência do executivo no cargo.
Banco do Brasil: plano de desinvestimentos
De acordo com o Valor Econômico, a provável saída dele lança dúvidas sobre o avanço do plano de desinvestimentos e o resgate do foco no crédito agrícola na instituição financeira.
O executivo prefere sair por conta própria a esperar ser alvo de fritura como a enfrentada por Roberto Castello Branco na Petrobras.
Brandão manifestou sua decisão ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e a notícia pesou sobre as ações do BB, que caíram 4,92% na sexta-feira e encerraram o pregão valendo R$ 28,05. Após o fechamento do mercado, o banco divulgou fato relevante negando que Brandão tivesse apresentado seu pedido de renúncia.
O comunicado é mera formalidade, já que a saída do executivo de fato não foi oficializada e ele provavelmente ficará até a escolha de um substituto. Porém, a decisão está tomada.
Banco do Brasil: estatais
Segundo o jornal, a situação de Brandão se viu ainda mais vulnerável que Castello Branco porque os ocupantes do cargo máximo em bancos estatais são nomeados por decreto presidencial e não por escolha do conselho de administração, como é o caso da Petrobras.
O presidente do BB já esteve na mira de Bolsonaro em janeiro, quando este decidiu demiti-lo por causa de um plano de reestruturação que resultaria no fechamento de agências. Campos e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, conseguiram reverter a decisão naquele momento, mas o estrago já estava feito.
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