O Banco Central (BC) reduziu sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto este ano para 3,6%, ante alta de 3,8% projetada em dezembro, mostrou o mais recente Relatório Trimestral de Inflação da autarquia, divulgado nesta quinta-feira (25).
No documento, o BC disse que a estimativa reflete, de um lado, o carregamento estatístico para o PIB anual maior do que o esperado e a manutenção da atividade econômica em nível elevado no início deste ano e, de outro, o recrudescimento recente da pandemia.
“Em termos de trajetória, a projeção para o PIB é de recuo moderado ao longo do primeiro semestre, seguido de recuperação relevante nos últimos dois trimestres do ano, decorrente da redução esperada na taxa de letalidade da Covid-19 e no número de internações, com o avanço da vacinação”, diz o relatório.
Banco Central
No que diz respeito à política monetária, o documento repetiu diagnóstico feito na ata do Comitê de Política Monetária, divulgada na terça-feira.
Na semana passada, o BC elevou a taxa básica de juros pela primeira vez desde 2015, em 0,75 ponto percentual, e indicou que deve promover nova alta desse mesmo valor em maio, ressaltando preocupações com a piora das projeções para a inflação.
Superávit
A balança comercial brasileira deverá registrar em 2021, apesar da pandemia do coronavírus, um superávit de US$ 70 bilhões, estimou o BC nesta quinta-feira (25).
O superávit é registrado quando as exportações superam as importações. Quando ocorre o contrário, é registrado déficit comercial.
Para 2021, o BC projeta que as exportações somarão US$ 256 bilhões, com alta frente ao ano passado (US$ 221 bilhões), e que as compras do exterior totalizarão US$ 186 bilhões (contra US$ 168 bilhões em 2020).
Se confirmado, o saldo positivo representará melhora em relação ao ano passado, quando somou US$ 50,995 bilhões, e representará novo recorde histórico. Até então, o maior superávit foi registrado em 2017 (cerca de US$ 67 bilhões).
De acordo com o BC, apesar de ter começado o ano em “nível deprimido”, espera-se que as exportações aumentem a partir de março, impulsionadas pelo escoamento da boa safra de soja, pelo patamar elevado para preços de “commodities” (produtos básicos com cotação internacional, como alimentos, petróleo e minério de ferro) e pela recuperação da demanda internacional.
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