ANEEL sobe conta de luz mais uma vez utilizando bandeira vermelha 2

A ação da Agência Nacional de Energia Elétrica tem o objetivo de racionar o consumo para evitar maiores consequências vindas da crise hídrica

A partir de hoje (29), as contas de energia elétrica virão mais caras. Isso porque a Agência de Energia Elétrica (ANEEL) aderiu à bandeira vermelha 2. O propósito do novo aumento é evitar possíveis consequências devido a crise hídrica, como apagões.

Vale lembrar que as contas já estavam sendo cobradas na bandeira vermelha, porém o nível dois será ainda mais caro. A ANEEL decidiu aumentar em a tarifa em 52%.

Atualmente, o valor cobrado a cada 100 quilowatts consumidos por hora (kW/h) é de R$ 6,24. No entanto, com a bandeira vermelha 2 , o valor vai para R$ 9,49. Portanto, segundo alguns especialistas, a conta mais salgada terá forte impacto na inflação.

Medida Provisória

Além dos aumentos na conta de luz promovidos pela ANEEL para evitar consequências da crise hídrica e forçar o racionamento de energia, o Governo Federal também adotou algumas precauções.

Foi anunciada na última segunda-feira (28) uma medida provisória (MP). A lei sugere a criação de um comitê interministerial com direitos de tomar ações emergenciais para evitar desdobramentos maiores da crise hídrica. Além disso, nega a possibilidade de racionalização compulsória de energia.

A Medida Provisória 1055, apelidada de MP do racionamento, tem um texto que foca na possibilidade de contratação de energia elétrica ou de reserva de capacidade. Dessa forma, o objetivo é conseguir passar pelo segundo semestre de 2021, que é a reta final do período de seca.

Conta de energia elétrica

Crise hídrica X economia de 2021

Com bandeira tarifária em nível mais alto, a conta de luz pode pressionar a inflação e acelerar o aumento dos juros. Isso, justamente no momento em que o Brasil precisa diminuir os efeitos da crise causada pela pandemia.

Desse modo, foi retomado uma discussão sobre a crise hídrica de 2001. As medidas adotadas para deter o problema focaram na redução do uso de energia, que por sua vez paralisou a atividade econômica e prejudicou a retomada econômica do Brasil, a qual saía da crise cambial de 1999.

Os brasileiros tiveram que reduzir o uso de eletricidade em 20%. Caso contrário, haveria riscos de sanção na conta de luz e cortes de energia. Além disso, aqueles que reduzissem o consumo além da meta, tinham descontos.

Em suma, a ação do governo naquela época resultou em consequências para o PIB do Brasil. Especialistas temem que a crise econômica enfrentada naquela época se repita em 2021.