Após o início da ampla utilização do PIX, inaugurado no dia 3 de novembro pelo Banco Central, seu potencial ainda resta inexplorado. Desde apostas na Mega-Sena, até propostas imaginadas pelo governo para aumentar a arrecadação federal em cima do novo sistema, aqui estão 12 fatos inusitados para que você entenda o que ainda está em jogo com a ampliação do sistema de pagamento.
- O PIX do Banco Central não atrai golpes. Diferente do que é divulgado, até o momento não há qualquer informação de falhas de segurança que tenham acarretado em violações. Como qualquer outro sistema em que haja possibilidade de ganhos clandestinos, o problema do PIX gira ao redor dos estelionatários. Com isso, sites falsos são criados com o intuito de roubo de dados sigilosos dos clientes das instituições financeiras. Em muitos casos, os sites tem o domínio .com, o que dificulta a fiscalização e alienação dos mesmos. É importante reiterar que o PIX, assim como as chaves, só devem ser usados no site ou app das instituições financeiras. Qualquer outro site ou plataforma é utilizado como meio de realização de golpes.
- O PIX permite portabilidade. É exatamente isso. Tal como uma linha de celular ou um empréstimo, você pode transferir as chaves de uma instituição financeira para outra. Por exemplo: uma pessoa que prefira passar somente o e-mail para fazer transferências via PIX pode solicitar o cadastramento do mesmo dado caso deseje aderir à uma nova instituição financeira.
- É possível criar uma chave aleatória. Caso o cliente não queira passar nenhuma chave cadastrada para uma pessoa ou empresa, tal como e-mail ou telefone, é possível gerar uma chave aleatória. Neste caso, a chave servirá apenas para aquela determinada transação.
- Número de chaves cadastradas. O PIX acaba de ser lançado e já está próximo de bater 100 milhões de chaves cadastradas. Isso revela que, sim, o PIX caiu no gosto do brasileiro e gradativamente deve decretar o fim do doc, ted e boleto bancário. O processo pode ser comparado com a diminuição do uso cheque, que foi substituído pelo cartão de crédito. A diferença é que desta vez a substituição deverá ser muito mais rápida.
- O limite de transferências. Sim, o PIX é gratuito para pessoa física. Entretanto, a instituição financeira só tem a obrigação de fornecer até 30 operações por mês, ou seja, uma por dia. A instituição financeira está autorizada pelo Banco Central a cobrar caso o número de transferências ultrapasse o valor citado.
- PIX pode interferir nas ações da B3. Hoje, a maior receita das empresas de cartão de crédito é justamente o percentual cobrado das empresas em cima de cada transação. Este percentual pode variar de 2% a 10% dependendo do tipo de operação financeira, ou seja, é um sistema custoso. Com o PIX, este valor vai cair para R$ 0,01 a cada 10 operações, tornando-o extremamente atrativo às empresas. Por conta das taxas reduzidas, o PIX pode impactar negativamente as empresas de cartão de crédito listadas na B3.
- PIX pode facilitar o sequestro. Dez anos atrás o sequestro relâmpago virou moda entre os criminosos, que levavam as vítimas até caixas eletrônicos para fazerem saques em dinheiro. Para coibir a prática, os bancos passaram a restringir os valores depois das 22h. O ex-chefe da divisão antissequestro, Fernando Moraes, disse que o PIX, por permitir transferências em tempo real a qualquer hora do dia, pode incentivar novamente o crime de sequestro-relâmpago.
- Integração com o Whattsapp. É verdade, agora o PIX passa a valer dentro do Whattsapp. O Banco do Brasil inovou ao integrar o PIX ao Whattsapp. Por meio do app de conversas é possível cadastrar chaves e realizar transações financeiras. Além disso, o Banco Central também está testando transações através de diversas plataformas do Google e Facebook.
- Mega-Sena com o PIX. O Banco Central já autorizou a integração do PIX às casas lotéricas. Em meio a variedade de novidades inauguradas pelo novo sistema, está mais essa: em breve será possível apostar na Mega-Sena com o PIX.
- PIX Link adiado. PIX Link é o sistema que permite enviar um link para uma pessoa ou empresa para que a transação seja efetuada. Entretanto, em função das fraudes provocadas por golpistas, o Banco Central resolveu adiar o seu lançamento. Ainda não há previsão de lançamento da ferramenta.
- QR code. Já é possível fazer uma transação com o PIX apenas mirando a câmera do celular em direção a um QR Code. Entretanto, muitos grandes negócios ainda não aderiram à ferramenta em razão da disfuncionalidade de leitura do QR code pela própria tela do celular. Apesar disso, o mecanismo deve ser mais utilizado em pequenos comércios, para a realização de compras do dia a dia.
- Os planos de Paulo Guedes. O Ministro da Economia quer taxar o PIX para aumentar a arrecadação do governo Federal. A ideia é que a cada R$ 1 trilhão arrecadado em transações, o governo fique com R$ 4 bilhões. Na prática é a CPFM disfarçada. A proposta está dentro da reforma tributária enviada ao congresso, resta saber se será aprovada ou não.
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