Petrobras (PETR4) na recomendação

Leitura é neutra para os números

A Petrobras (PETR4) divulgou os resultados, valores de proventos e também as revisões do guidance e do CAPEX. Com isso, as casas de análises ficaram agitadas e cada uma fez a leitura sobre as apresentações da petroleira.

A equipe da Genial Investimentos também se posicionou sobre os números da Petrobras (PETR4) e seguiu com as devidas recomendações.

Acompanhe a avaliação

Avaliamos os resultados da Petrobras (PETR4) como neutros. Os números operacionais foram sólidos, derivados do atrativo preço do brent e da produção recorde.

O preço realizado do Brent no trimestre foi de US$86,7/barril, acima da nossa estimava de US$82/barril. Somados a produtividade recorde, os números ficaram acima das nossas estimativa e razoavelmente em linha com o consenso.

Conforme mencionado no documento acima, o maior risco de curto prazo para tese da empresa diz respeito ao seu novo plano de investimentos, que deve não apenas incrementar o volume esperado atual de investimentos (US$78 bilhões 2023-2026E) como ter um foco maior em transição energética (que não julgamos um negócio tão interessante quanto o segmento de Exploração & Produção do ponto de vista de geração de valor).

Nosso grande receio diz respeito ao percentual desse novo valor a ser divulgado em breve deverá ser alocado nos negócios de transição energética e sobre como todo esse processo deverá afetar a distribuição de dividendos da empresa (lembrando que a formula atual é de 45% x Fluxo de Caixa Operacional – Investimentos desde que a dívida fique abaixo de US$65 bilhões).

Dividendos

A empresa anunciou a distribuição de dividendos de R$17,5 bilhões (R$1,34/ação; ligeiramente acima da nossa estimativa de R$1,24/ação) + R$975 milhões em recompras de ações ao longo do 2T23. Considerando fluxo de caixa operacional (R$56,5 bilhões) – Investimentos (R$15,5 bilhões) x 45%, os proventos a serem distribuídos seriam de R$18,5 bilhões, em linha com o que foi anunciado.

Como podemos perceber, não houve a distribuição de dividendos extraordinários nesse trimestre. Os pagamentos de dividendos anunciados devem ocorrer em duas parcelas iguais de R$0,67/ação nos dias 20/03/2024 e 20/04/2024. Os valores do dividendo em termos anualizados nos leva a um rendimento de 15,3%/ano.

Para além dos “grandes números” (receita, EBITDA, dividendos etc.) – que vieram em condições razoáveis, chama a nossa atenção alguns pontos que deverão ser levados em consideração e observados com maiores detalhes daqui por diante por parte dos investidores.

Citamos a evolução da dívida bruta, que alcançou US$61 bilhões no 3T23 (vs US$58 bilhões no 2T23 e US$54,2 no 3T22). Lembramos uma vez mais que só é válida desde que a dívida bruta não ultrapasse US$65 bilhões.

Como grande incertezas a tese, citamos: deságio em relação aos preços de paridade internacional; Investimentos em novas refinarias (a despeito do passado controverso no desenvolvimento de suas últimas refinarias); aumento do uso da empresa como apoio para políticas de conteúdo nacional, o que deve pressionar a linha de investimentos da empresa; rumores/possibilidade de uso da empresa para recompra de ativos previamente vendidos (refinarias, BR Distribuidora/Vibra, Eletrobras etc.).

Sendo assim, preferimos nos manter conservadores e esperar o evento mencionado anteriormente.”

A recomendação é MANTER (PETR4) ao preço de R$34,50; preço-alvo em R$38,00 com potencial de 10,14%.

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