O medo de investir ainda é algo comum para os brasileiros, mesmo entre aqueles que já deram alguns passos no mercado financeiro. Para a maior parte dessas pessoas, evitar os riscos mantendo um perfil de investidor conservador é a forma mais segura de alcançar a solidez.
Casos como o das Americanas (AMRE3), que entrou com pedido de Recuperação Judicial em janeiro deste ano, acenderam um alerta nos mais receosos. Afinal, ainda em 2022, a empresa foi eleita a quinta maior varejista do Brasil e viu suas ações caírem 90% apenas alguns meses depois.
Para Daniel Alberini, sócio da CTM Investimentos, o problema está no investidor que olha para “caixas isoladas”. O caminho mais assertivo para quem está começando, explica Alberini, é distribuir os investimentos entre tipos diferentes de ativos, seja entre as classes de aplicações – que podem ser de renda fixa ou variável –, seja na diversificação dentro de uma mesma classe.
“A renda fixa, por exemplo, é hoje o produto mais atrativo em função da alta da taxa de juros, que está na faixa de 13,75% ao ano. Esse investidor iniciante poderia alocar 70% do dinheiro em títulos públicos, CDB [Certificado de Depósito Bancário], fundos de renda fixa, LCI [Letras de Crédito Imobiliário], LCA [Letras de Crédito do Agronegócio] ou até mesmo em fundos multimercados como alternativa de diversificação para essa renda fixa”, diz Alberini.
Os 30% restantes, segundo ele, podem ser aplicados em renda variável, com preferência para investimentos via fundo, que proporcionam uma melhor gestão. Nesse caso, é importante avaliar as condições de mercado antes de investir.
Poupança ainda é uma opção para quem está começando?
Mesmo quem ainda está dando os primeiros passos na formação de uma carteira de investimentos deve saber que a poupança é uma das piores opções. As taxas de rendimento são menores do que os juros e o investidor ainda perde o retorno da aplicação quando não aguarda o período de aniversário.
Isso só mostra como é importante procurar se educar sobre o funcionamento do mercado financeiro desde cedo e não perder boas oportunidades a longo prazo, já que quanto mais jovem se inicia, maior poderá ser o patrimônio acumulado. Ao longo dos anos, esse investidor terá uma carteira equilibrada, que vai contemplar as variações do mercado em momentos de taxas de juros mais altas ou menores.
Para o investidor que está ativo há mais tempo no mercado e procura realocar seu patrimônio, Alberini enxerga os fundos multimercados como opções atrativas.
“Esse tipo de investimento acaba capturando câmbio, títulos públicos, renda fixa, renda variável, commodities, moedas e outros. São opções mais propícias nesse ambiente volátil”, afirma.
Outra aplicação para acompanhar e considerar como fonte de renda ou investimento são os fundos imobiliários. Isso porque é possível adquirir apenas uma fração de imóveis de alto padrão em áreas nobres e receber um aluguel todos os meses, isento de Imposto de Renda. De acordo com Alberini, é uma ótima alternativa para gerar fluxo de caixa e para diversificar o portfólio.
Ficar de olho no momento certo de investir em renda variável é um hábito que também deve fazer parte da rotina do investidor mais experiente e que ajuda a diversificar a carteira. Segundo Alberini, o momento ideal para comprar esses ativos é justamente quando eles estão depreciados, mas continuam gerando resultados e entregando lucro aos seus investidores.
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