O valor médio da cesta de consumo básica de alimentos de março caiu em relação ao mês anterior em sete das oito capitais analisadas mensalmente pela plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE. A diminuição no valor da cesta variou de -4,0% a -0,1% e, na cidade onde houve aumento, a variação foi de 1,6%. A pesquisa foi apresentada nesta manhã no Rio de Janeiro.
A cidade que registrou a maior alta foi Rio de Janeiro (1,6%). Já Fortaleza e Belo Horizonte registraram as maiores quedas, com -4,0% e -2,0%, respectivamente.
A cesta mais cara continua a ser a do Rio de Janeiro (R$ 889,69), seguida pelas de São Paulo (R$ 854,61) e Brasília (R$ 744,29). Por outro lado, as capitais Belo Horizonte (R$ 612,72) e Manaus (R$ 683,28) registraram os menores valores.
Dos 18 produtos da cesta básica, apenas os ovos apresentaram alta de preço em todas as capitais.
Outros produtos que tiveram altas em diversas capitais foram a farinha de mandioca, feijão, arroz, legumes, dentre outros listados nas tabelas do release.
A tendência de alta do preço dos ovos pelo segundo mês consecutivo, que ocorreu em todas as capitais, tem sido impactada pelo aumento no custo de produção e alimentação das aves, em especial, o milho e o farelo de soja nos meses anteriores, o que vem resultando em diminuição na oferta da proteína, assim como o aumento da demanda ocasionado pela Quaresma.
A farinha de mandioca continua com tendência de alta, causada pelas condições climáticas nas principais regiões produtoras e pela redução na área de plantio.
Os principais fatores de aumento de preços do arroz e do feijão não vêm do mercado externo, mas de uma recomposição de área interna de produção. O aumento nos custos de produção e queda na rentabilidade têm desestimulado o plantio desses alimentos no Brasil. A área de plantio de arroz e feijão teve forte redução nos últimos anos, tendo sido direcionada para as culturas de soja e milho, que são mais rentáveis e voltadas para mercado internacional. A safra brasileira de arroz deverá ser a menor em 25 anos e a área plantada do feijão, a menor dos últimos 30 anos.
Por outro lado, óleo de soja foi a categoria que mais apresentou redução de preço em quase todas as capitais. Somente em Fortaleza houve redução de -6,1%, seguido de Brasília, com -5,3%, influenciados pela oferta excedente em relação à demanda.
Além das frutas, outros produtos que registraram queda de preço, em quase todas as capitais, foram café em pó e em grãos, carne bovina, fubá e farinhas de milho.
A variação acumulada no valor da cesta básica, nos últimos seis meses, foi diferente entre as capitais, reduzindo –6,3% em Fortaleza e alcançando 3,5% em Brasília.
Quando se considera a cesta de consumo ampliada, que inclui bebidas e produtos de higiene e limpeza, além de alimentos, houve um aumento no valor médio em quatro das oito capitais analisadas e queda nas outras quatro capitais, diferentemente do registrado em relação à cesta de consumo básica. As capitais que apresentaram valores mais altos da cesta ampliada foram Rio de Janeiro (R$ 1.974,15) e São Paulo (R$ 1.928,94). As maiores altas no valor da cesta ampliada foram registradas no Rio de Janeiro (3,7%) e Salvador (2,3%).
Já Brasília e Fortaleza registraram as maiores quedas, com -2,4% e -1,3%, respectivamente.
Apesar da queda no valor da cesta básica em algumas capitais em março, percebe-se uma tendência de alta em importantes produtos da cesta básica, como é o caso dos ovos, farinha de mandioca, feijão e arroz, legumes e frango, impactando o bolso especialmente dos menos favorecidos.
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