S&P: troca na Petrobras não deve mudar a política de preços

"Petrobras reflete nossa visão de sua escala sólida e a qualidade de seus negócios"

A agência de classificação de risco S&P analisou a troca no comando da Petrobras, bem como a política de preços. A Petrobras detém ‘BB-/Estável’ e ‘brAAA/Estável’.

A estatal está indicando Adriano Pires como o novo CEO da empresa, em substituição a Joaquim Silva e Luna, eleito há cerca de um ano. Os novos candidatos para o Conselho de Administração também foram indicados, cuja decisão será definida em Assembleia em 13 de abril de 2022.

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“Apesar da mudança de CEO, projetamos que a Petrobras continuará seguindo sua política de preços de paridade de importação, que está em vigor desde 2016. Ainda assim, consideramos algumas preocupações sobre a eficácia do conselho em realizar supervisão suficiente das ações da administração e proteger os interesses de todos os stakeholders, afetando negativamente nosso perfil de crédito individual (SACP – stand-alone credit profile) ‘bb+’ para a Petrobras.”, disseram.

Mesmo com essa posição, a S&P inclui riscos de possível interferência governamental na política de preços de combustíveis da empresa. Se isso ocorrer poderia prejudicar sua rentabilidade e fluxo de caixa, como ocorreu no passado. “Substituições frequentes na alta administração da Petrobras também podem desviar o foco da empresa da execução de sua estratégia e das operações. Mas mesmo que haja uma mudança na direção e na estratégia de preços da empresa, nossos ratings continuariam refletindo os ratings soberanos por causa de seu controle acionário”, escreveram.

O anúncio de ontem veio depois que o presidente Jair Bolsonaro  voltou a criticar o CEO da empresa sobre o preço dos combustíveis. A companhia anunciou no início deste mês um aumento de 18,7% para a gasolina e 24,9% para o diesel. O aumento foi alinhado com a política de preços de paridade de importação da Petrobras, já que o preço do petróleo Brent vêm aumentando desde o início de 2022, subindo para mais de US$ 100 por barril após o início do conflito Rússia-Ucrânia.

“Nosso SACP ‘bb+’ para a Petrobras reflete nossa visão de sua escala sólida e a qualidade de seus negócios de exploração e produção, com ativos de baixo custo, combinados com seu foco contínuo na redução de custos e desinvestimentos de ativos não estratégicos. Com os altos preços do petróleo atualmente, esperamos um fluxo de caixa sólido para 2022, permitindo que a empresa mantenha a dívida sobre EBITDA próximo ou abaixo de 2,0x, mesmo em meio a maiores distribuições de dividendos.”, citaram os analistas.

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