Resgates de Fundos ficam em R$ 43,2 bilhões, diz ANBIMA

Resultado é referente ao mês de abril

A indústria de fundos de investimento registrou saques líquidos de R$ 43,2 bilhões em abril, segundo dados da ANBIMA. É o pior resultado do ano e o 6º mês consecutivo em que o setor registra mais resgates do que aportes. Por outro lado, o patrimônio líquido dos fundos avançou R$ 20 bilhões em abril e a rentabilidade das carteiras foi majoritariamente positiva.

“O resultado da captação líquida é um termômetro do humor do investidor. A inflação, a taxa de juros e outras incertezas na política econômica tornam o cenário menos previsível e fazem com que os fundos se tornem menos atraentes neste momento”, explica Pedro Rudge, vice-presidente da ANBIMA. “Ainda assim, as carteiras trouxeram retorno positivo para os investidores em abril.”

Captação líquida

A classe que apresentou o maior volume de resgates líquidos foi a renda fixa, com R$ 36,5 bilhões. Os dois tipos que lideram o movimento de saída têm, no mínimo, 80% do patrimônio líquido em títulos públicos ou ativos com baixo risco de crédito: o tipo renda fixa duração livre grau de investimento (sem compromisso de duration dos papéis), registrou saques líquidos de R$ 11,6 bilhões; e o tipo renda fixa duração baixa grau de investimento (investe em títulos de curto prazo), de R$ 11,3 bilhões.

Os multimercados e os fundos de ações vêm em seguida, com saldo negativo de R$ 12,7 bilhões e de R$ 5,5 bilhões em abril, respectivamente. Na classe de ações, todos os tipos apresentaram resgates líquidos. O tipo ações livre (sem compromisso de concentração em estratégias específicas) teve o pior resultado, com saídas líquidas de R$ 3,5 bilhões no mês e de R$ 19,6 bilhões no acumulado do ano.

Por outro lado, os fundos estruturados registraram captação líquida positiva no mês. O destaque fica para os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) e os FIPs (Fundos de Investimento em Participações), que lideram com aportes líquidos de R$ 9,6 bilhões e de R$ 1,2 bilhão, nesta ordem. Estas duas classes são as únicas com saldo positivo no acumulado do ano. Os ETFs (Exchange Traded Funds) também fecharam o mês com aportes líquidos de R$ 547 milhões.

“Os fundos estruturados costumam ser mais resilientes, inclusive em cenários macroeconômicos de maior volatilidade como o atual. São produtos com prazos mais longos, porém com retornos mais elevados e com grande potencial de crescimento”, aponta Sergio Cutolo, vice-presidente da ANBIMA.

Rentabilidade

Ao contrário da captação líquida, a maioria das carteiras apresentou rentabilidade positiva em abril.

Na renda fixa, os tipos que lideram o movimento de saída em termos de captação líquida — duração livre grau de investimento e duração baixa grau de investimento — avançaram 0,95% e 0,88% no mês, respectivamente. Esses dois tipos estão entre as carteiras com o maior patrimônio líquido da classe.

Na classe de ações, todos os tipos apresentaram rentabilidade positiva em abril — ao contrário do que aconteceu em março, quando todos os tipos registraram variação mensal negativa. O tipo ações livre, que possui o maior patrimônio líquido da classe, avançou 1,73% no período, por exemplo. Entre os multimercados, o tipo livre rendeu 0,79% no mês, acumulando 2,12% no ano.

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