Março foi um mês interessante para a Renda Fixa. As carteiras dos títulos públicos e das debêntures marcadas a mercado – refletidas pelo IMA (Índice de Mercado ANBIMA) e pelo IDA Geral (Índice de Debêntures ANBIMA) – registraram performance positiva, com valorizações de 1,57% e 1,98%, respectivamente.
Os resultados, que ficaram acima dos retornos de janeiro e fevereiro, foram impulsionados pela decisão do Comitê de Política Monetária – Copom, que puxou a taxa de juros, Selic, dos 10,75% para 11,75%. Além disso, o Comitê deu sinais de mais pressão monetária está a caminho nas próximas reuniões, caso não ocorra mais nenhum novo choque inflacionário.
“O posicionamento do Copom foi decisivo nos resultados dos títulos de renda fixa em março. O mercado esperava um ciclo de alta dos juros mais longo, com algumas casas estimando que a Selic fechasse o ano em 14%. Mas, após o comunicado, o mercado entendeu que aumentaram as chances de a taxa chegar ao patamar de 12,75% em maio e permanecer estável até dezembro. Por isso, a curva de juros foi revisada para baixo, o que, consequentemente, levou à valorização no preço dos ativos”, o economista da ANBIMA, Marcelo Cidade.
O entendimento do mercado, com mais sinais de alta na Selic, induziram a revisão para baixo dos juros futuros e a consequente valorização dos ativos. No caso dos títulos públicos, que já vinha de uma queda de 0,11% no mês até 16 de março – dia da decisão do Copom –, passou para um aumento de 1,68%, desse dia ao último dia útil de março.
Entre os subíndices do IMA, os destaques foram a forte recuperação dos índices de carteiras de prazos mais longos. O IRF-M 1+, prefixado acima de um ano, passou de uma queda de 1,72% até o dia 16 de março para uma variação positiva de 2,58% no pós-Copom, resultando em avanço de 0,81% no mês. Nesse mesmo período de comparação, as NTN-Bs com prazo acima de cinco anos, replicadas na trajetória do IMA-B5+, passaram de -0,94% para 4,54%, com variação em março de 3,56%, o maior retorno mensal entre os índices do IMA.
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Resultados no Ano
No ano, a melhor performance é do IMA-B5, NTN-Bs com prazo de até cinco anos, que avançou 0,61% e acumula 3,81% no trimestre. Entretanto, a maior valorização no primeiro trimestre foi registrada pela carteira de LFTs (Letras Financeiras do Tesouro), que avançou 2,68% no período. Indexadas à Selic diária, as LFTs tiveram a melhor performance entre os títulos públicos em janeiro e fevereiro, graças à expectativa do mercado de um ciclo de alta dos juros mais longo. O recente posicionamento do Copom segurou a valorização desses papéis em março (0,91%).
Debêntures
O mercado de debêntures apresentou o mesmo movimento de valorização depois do Copom. O resultado mensal de 1,98%, o maior desde julho de 2020, foi construído sobretudo da reunião de política monetária, quando variou 1,63%.
O IDA IPCA Infraestrutura, que reflete a carteira das debêntures incentivadas, passou de uma valorização de 0,05% até o dia 16 de março para um avanço na ordem de 3,03% depois do Copom, apresentando retorno mensal de 3,09%.
Por fim, o IDA-DI, que replica a carteira das debêntures indexadas à taxa DI diária e tem um peso de 56,1% no índice, variou 1,12% em março.
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