Queda em Fusões e Aquisições no ano

Recuo foi de 28% em relação ao ano de 2021

O contexto de incertezas políticas e econômicas impactou o mercado de fusões e aquisições no Brasil em 2022. Em todo o ano, foram registradas 201 transações com valor acima de R$ 50 milhões, uma queda de 28% em relação a 2021, quando foram fechadas 279 operações. O valor movimentado reduziu em 29%, de R$ 302 bilhões em 2021 para R$ 214 bilhões em 2022. É o que mostra o relatório M&A Brazil Report 2022, produzido pela RGS Partners.

Apesar do ano mais duro para empresas de Tecnologia, o setor liderou pelo quarto ano consecutivo o número de negócios realizados, com 46 transações, seguido por Utilities (23) e Instituições Financeiras (22). Já os maiores valores foram movimentados por Utilities (R$ 56 bilhões), Materials (R$ 29 bilhões) e Energia (R$ 27 bilhões).

Para Guilherme Stuart, sócio da RGS Partners, a queda já era esperada. “Anos eleitorais naturalmente trazem cautela devido à incerteza política, embora as estratégias de fusões e aquisições permaneçam inalteradas. O ano foi fortemente impactado por questões globais como inflação, taxa de juros e guerra na Ucrânia. No entanto, comparado ao cenário global, a queda no Brasil foi menos acentuada. Estudos mostram que nos Estados Unidos, por exemplo, o volume de M&A em valores caiu 43% no ano passado.”

Por outro lado, a presença relativa de estrangeiros tem crescido no país e chegou a 43% das transações em 2022, participando de 29% do valor movimentado. Embora o montante não tenha aumentado, as empresas de fora foram mais constantes nos investimentos no país. No ano anterior, estiveram em 38% das operações e foram responsáveis por 27% do valor transacionado.

Apesar da desaceleração, Stuart afirma que as motivações por trás das fusões e aquisições permanecem fortes. “O M&A ajuda as empresas a expandir sua atividade principal e diversificar sua operação em novos produtos ou serviços, acelerando esses processos. Com o avanço da tecnologia, as aquisições são a melhor maneira de manter a competitividade. Essas agendas não mudam, e as fusões e aquisições seguem como uma importante ferramenta de mercado”, conclui.

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