As sanções ocidentais contra a Rússia fizeram com que o país resolvesse banir a exportação de diversos produtos. Em um primeiro momento, o mercado ficou preocupado com o fim das exportações de petróleo e gás natural para a Europa, que traria um impacto gigantesco para a economia mundial. Aqui no Brasil, a preocupação era com os fertilizantes.
O Brasil é o maior importador do mundo de fertilizantes, enquanto a Rússia era a maior exportadora. Quase 30% dos fertilizantes consumidos no Brasil vem da Rússia ou de Belarus, aliada na guerra contra a Ucrânia. Portanto, o susto foi imenso quando o ministro da Indústria e Comércio russo, Denis Manturov, anunciou que as exportações de fertilizantes estavam suspensas.
Putin confirmou a informação logo depois e diz que isso foi feito para “garantir estabilidade de preços” no mercado de comida russo. Contudo, ele disse que há um acordo sobre fertilizantes com “países amigos” – resta saber se o Brasil entra na lista de países amigos, dado que o presidente Bolsonaro foi um dos poucos líderes mundiais a não condenar a ação de Putin, mas a diplomacia brasileira na ONU chegou a votar pela condenação da invasão. Para o agronegócio, dependente do fertilizante russo, é melhor que estejamos nesta lista.
O presidente russo também destacou que está “comprometido” com a exportação de petróleo e gás natural para a Europa, mesmo para países que ele tratou como “hostis”. Assim sendo, ele não tem interesse em interromper as exportações. A Alemanha, entre outros países europeus, foi fortemente criticada pelos Estados Unidos por ser dependente do gás natural russo.
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