A bolsa brasileira sofreu, nos últimos dias, a pior fuga de capital externo em cerca de dez anos, após a intervenção do governo de Jair Bolsonaro no comando da Petrobras (PETR4).
De acordo com o Valor Econômico, os investidores estrangeiros retiraram R$ 9,2 bilhões do mercado acionário em um curto período de três pregões contados a partir do estouro da crise na sexta-feira, de acordo com dados mais recentes da B3.
Petrobras: ações
Segundo o jornal, considerando apenas a sessão de segunda-feira, quando as ações da estatal caíram mais de 20%, a debandada dos estrangeiros chegou a R$ 6,8 bilhões – o maior nível já registrado em toda a série histórica iniciada em 2012 pelo Valor Data.
Foi justamente naquela sessão que o mercado pôde reagir à decisão do presidente Jair Bolsonaro em retirar Roberto Castello Branco da direção da companhia e indicar o general Joaquim Luna e Silva para o posto. O anúncio foi feito na sexta-feira à noite, após críticas de Bolsonaro ao aumento de preços de combustíveis pela estatal.
E se não bastasse a decisão, divulgada nas redes sociais, Bolsonaro disse que outras mudanças estariam por vir.
Petrobras: recursos
Conforme o periódico, o que chama a atenção é que a saída de recursos dos estrangeiros continuou forte na terça-feira, a despeito da recuperação técnica das ações da Petrobras e do Ibovespa.
Os estrangeiros sacaram R$ 2,3 bilhões da B3 enquanto os investidores locais atuaram na ponta compradora. Com esse movimento, o fluxo virou para o negativo no mês de fevereiro com saída de R$ 4,6 bilhões, mas ainda é superavitário em R$ 18,9 bilhões no ano.
Os números consideram o mercado secundário (ações listadas) como um todo e dão indícios claros de uma piora da percepção de risco em relação ao mercado local – ainda mais agora que a tensão no exterior deixa o investidor global mais seletivo.
E pelo movimento de ontem no mercado, o risco é de que o fluxo negativo se aprofunde. O Ibovespa caiu 2,95%, a R$ 112.256 pontos, enquanto as ações de Petrobras tiveram forte baixa – a ON perdeu 3,87% e a PN cedeu 4,96% – devido à aversão ao risco global e declarações de Bolsonaro sobre a estatal.
Veja PETR4 na Bolsa:
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