Não para o dólar acima de R$5,00? O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (20) mostra o dólar nesse patamar ao final de 2023. Trata-se de um patamar bem diferente do que se viu ao final de 2022, quando este encerrou o dia 30 de dezembro cotado a R$ 5,21. “A curva de juros dos EUA está caindo, bem como as pressões inflacionárias no mundo todo. Isso mostra uma atividade econômica desaquecida”, afirma o economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike.
“Hoje, não há nenhum país ‘sugando’ o dólar mundial e, no cenário doméstico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ganhou força ao manter o ajuste fiscal em déficit zero”, destaca. Isso traz uma certa estabilidade ao mercado, anima os investidores e favorece o câmbio brasileiro.
Outro ponto elencado diz respeito às eleições argentinas, que resultaram na condução de Javier Milei (A Liberdade Avança) como próximo presidente do país, a partir de 10 de dezembro de 2023. Isso obriga o governo brasileiro a ser mais “pró-mercado”, visto que a nação vizinha deverá disputar os recursos internacionais, agora que tem um Chefe do Poder Executivo ultraliberal, segundo Eyng.
Vale lembrar que o Boletim Focus é uma compilação da opinião de mais de 100 economistas ligados a instituições financeiras brasileiras e, assim, consegue projetar alguns dos principais indicadores do país.
Atividade econômica recua
Para Eyng, o Focus desta semana mostra um recuo muito forte da atividade econômica no terceiro trimestre, e isso nos últimos 40 dias do ano é algo considerado anormal. “Apresentar grandes variações nessa reta final é atípico, porque as oscilações nesse período são mínimas”, aponta.
Para ele, o Produto Interno Bruto (PIB) encolhendo mostra que a atividade comercial está surpreendendo negativamente. “Os dados também mostram um recuo na arrecadação tributária, e isso nos últimos 4 meses”, ressalta.
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