A usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR), fechou 2022 com a marca histórica de 100% de Eficiência Operativa, medida pelo Fator de Capacidade Operativa (FCO). Na prática, significa que toda a água recebida pelo reservatório foi utilizada para a geração de energia, sem necessidade de abertura do vertedouro.
Segundo o gerente do Departamento de Operação do Sistema (OPS.DT), Rodrigo Gonçalves Pimenta, essa situação é rara porque o reservatório de Itaipu opera em um modelo de fio d’água, ou seja, não possui grande capacidade de armazenamento de água. Todo o volume de água que chega até a barragem precisa seguir o fluxo do rio, seja gerando energia, por meio das unidades geradoras, ou escoado pelo vertedouro.
“O FCO é estabelecido pela relação entre energia gerada e energia disponível. Em 2022 conseguimos planejar o atendimento às demandas dos sistemas elétricos brasileiro e paraguaio, utilizando toda água que foi aportada no reservatório, sem a ocorrência de vertimento, resultando em um aproveitamento máximo do nosso principal insumo”, explica Pimenta.
Outro dado importante do balanço diz respeito à manutenção das unidades geradoras. A Indisponibilidade Forçada – quando há necessidade de parar uma máquina para manutenção não programada – foi de apenas 0,09%. Este é o décimo ano consecutivo que a Diretoria Técnica cumpre a meta de manter esse número abaixo de 0,5%.
“É o resultado de um trabalho bem-feito das equipes binacionais de Operação e Manutenção, que permite identificar falhas em tempo hábil para programar as paradas e não afetar a produção”, destaca o gerente. A disponibilidade das unidades geradoras foi de 97,25%, bastante expressiva, representando a terceira melhor já registrada pela empresa.
Em termos de produtividade, 2022 também teve números muito positivos. Superando a maior crise hídrica desde sua operação, Itaipu atingiu o segundo melhor resultado de produtividade da série histórica, o que representou um ganho de 3,4 milhões de MWh (aproximadamente 5%) na produção do ano.
Em 2022 a usina gerou 69.873.095 MWh, percentual 5,28% superior ao da produção registrada em 2021. Apenas como comparação, a produção de Itaipu foi equivalente à soma das duas maiores usinas hidrelétricas do Brasil, Tucuruí e Belo Monte (vide tabela em anexo). Essa produção de Itaipu possibilitou que fosse atingida, no dia 27 de dezembro, a marca de 2,9 bilhões de MWh gerados desde que entrou em atividade, em maio de 1984. Nenhuma outra hidrelétrica no mundo produziu tanta energia em sua história.
Além de grande produtora de energia limpa e renovável, ao longo do ano passado a Itaipu e todo o bloco das usinas hidrelétricas se destacaram em outro papel fundamental para o setor elétrico: o de reserva estratégica, contribuindo para a segurança do suprimento diante da intensa expansão das fontes renováveis intermitentes, como a solar e eólica.
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