Gastos Familiares sobe 0,52%

Índice acumula taxa de 1,83% no ano

O Índice de Preços dos Gastos Familiares (IPGF) registrou aumento de 0,52% em março. Com este resultado, o índice acumula taxa de 1,83% no ano e de 4% em 12 meses. No mesmo período, o índice oficial de inflação acumula 2,09% no ano e 4,65% em 12 meses. Em 2022, o IPGF fechou o ano com uma variação de 4,94%, dentro, portanto, da meta de inflação, cujo limite superior era de 5%. No mesmo período, o IPCA variou 5,78%. O recente resultado consolidou a tendência de desaceleração da inflação também observada no IPCA.

Em fevereiro, o IPGF tinha avançado 0,73% e acumulava 4,67% em 12 meses. No mesmo período do ano passado, o IPGF acelerava de 0,86% em fevereiro de 2022 para 1,18% em março, enquanto seu acumulado em 12 meses passava de 11,05% para 11,65% (mais elevado que o IPCA àquela época).

A desaceleração do índice se deve, principalmente, ao grupo Alimentação, que apresentava 11,30% de inflação acumulada em 12 meses em dezembro, iniciando um processo gradual de desinflação até chegar a 5,73% em março. Dentro da Alimentação, os itens que mais contribuíram para esse arrefecimento foram “outros produtos e serviços da lavoura” (de 20,42% para 6,77%); “carne de bovinos e outros produtos de carne” (de 1,84% para −2,99%) e “outros produtos do laticínio” (de 22,09% para 17,67%).

Outros três grupos também apresentaram desaceleração: Habitação (de 3,19% para 1,95%), liderada por “produção e distribuição de eletricidade, gás, água e esgoto” e “GLP e outros produtos do refino de petróleo”; Artigos de residência (de 3,32% para −1,11%), puxados pelo “material eletrônico e equipamentos de comunicação” e “máquinas para escritório e equipamentos de informática”; e Vestuário (de 7,42% para 4,95%).

Todos os grupos restantes do IPGF apresentaram aceleração em sua taxa interanual: Transportes (de −8,45% para −7,03%), Saúde (de 10,15% para 12,69%), Despesas Pessoais (de 14,43% para 15,12%), Educação (de 7,21% para 8,13%), Comunicação (de −8,29% para −6,44%) e Serviços (de 7,57% para 7,64%).

O economista responsável pela pesquisa, Matheus Peçanha, comenta que essa tendência do índice se deve ao fato de que a construção dos pesos, entre outros fatores, possibilita a percepção do chamado “efeito substituição”: “Quando o consumidor substitui arroz por macarrão ou carne vermelha por carne branca, ou ainda deixa de consumir combustível e passa a usar mais o transporte público devido ao aumento de preços, por exemplo, os itens substituídos perdem peso no IPGF e seus aumentos passam a contribuir menos para o índice e vice-versa. Assim, no longo prazo, esse efeito acaba gerando um número menor de inflação”, explica Peçanha.

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