Empresa brasileira listada na B3 pode sofrer duro golpe em Honduras

Governo do país emitiu um comunicado revendo as regras para o setor de mineração

A Aura (AURA33) enfrenta uma situação delicada em Honduras. Na segunda-feira (28), durante o carnaval no Brasil, o Ministério de Minas e Energia do país enviou um comunicado à imprensa com quatro pontos complicados: ele anunciou o cancelamento de aprovação de licenças de extração, declarou o território hondurenho livre de mineração a céu aberto, afirmou que licenças, alvarás e concessões ambientais existentes serão revistas, suspensas e canceladas e, por fim, disse que áreas de alto valor ecológico vão ser ocupadas pelo governo para garantir a conservação.

A situação preocupa os investidores, já que a Mina de San Andrés, localizada no país, representou 44% do Ebitda (geração de caixa) da empresa em 2021, além de representar 40% das reservas da empresa. Com isso, os papéis despencaram 12% no pregão de quarta-feira (2), na volta do carnaval. E, embora a empresa tenha afirmado estar tranquila e não acreditar em nenhuma medida mais drástica em entrevista ao Brazil Journal, os BDRs da empresa não reagiram e operam estáveis nesta quinta.

Por mais que o governo hondurenho tenha sido agressivo no comunicado, a empresa lembra que ele não tem nenhum valor legal – e que qualquer ação precisa ser aprovada no congresso, e o atual governo não possui maioria no parlamento. Alguns sindicatos do setor já se posicionaram contra a medida para que consigam preservar seus empregos, então a Aura deve ter parte da população lutando pela manutenção do status quo.

Contudo, essa atitude do Ministério de Minas e Energia deixa uma coisa muito clara: eles possuem uma certa má vontade com a indústria de mineração e não considera o impacto positivo. Se tirar a Aura de Honduras é um caminho que não deve prosperar, o mercado avalia que o governo deverá ao menos buscar aumentar o preço dos royalties da mina – o que diminuiria a viabilidade econômica dela e os resultados da empresa.

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