Vice dos sonhos para Jair Bolsonaro, Rodolfo Landim foi indicado para a presidência do conselho da Petrobras (PETR3; PETR4). Landim, atual presidente do Flamengo, foi braço-direito de Eike Batista na época da fundação da OGX e teve um passado conturbado com o ex-homem mais rico do Brasil.
Landim havia entrado no grupo EBX em 2006, quando saiu da Petrobras Distribuidora (para onde tinha sido indicado por Dilma Rousseff), para a MMX Mineração. Foi ganhando importância e espaço dentro do grupo, até se tornar o braço direito de Eike no ramo de petróleo, tanto na petrolífera OGX quando no estaleiro OSX. Sua remuneração, nesta época, ultrapassou os R$ 100 milhões.
Como número dois da OGX, Landim esteve na companhia no momento em que ela parecia extremamente promissora – e teria, inclusive, recebido uma promessa de ser dono de 1% de todo o grupo EBX. A promessa teria sido feita em um voo no jatinho de Eike e formalizada em um guardanapo ou um cardápio (há diversos relatos diferentes para a mesma história). Quando Landim saiu do grupo EBX, processou Eike em mais de US$ 300 milhões. Perdeu e teve de pagar R$ 1 milhão para Eike.
Após a saída da OGX/OSX, Landim fundou um fundo de investimento em petróleo e gás, com três sócios – um deles inclusive Demian Fiocca, ex-presidente do BNDES no governo Lula. Em julho do ano passado, porém, o Ministério Público denunciou tal fundo por gestão fraudulenta, que teria causado um prejuízo de R$ 100 milhões aos fundos de pensão da Caixa, Petrobras e Correios. São réus no processo, mas possuem um habeas corpus preventivo – se condenados podem levar de três a doze anos de prisão. Landim também havia fundado outra petrolífera, a Ouro Preto Petróleo e Gás, que não obteve sucesso e foi vendida pelo valor de sua dívida para a 3R Petroleum.
O grande “salto para a fama” de Landim, porém, é a sua presidência do Flamengo, um dos clubes de futebol com a maior quantidade de torcedores no Brasil. Eleito em 2018, Landim teve bastante sucesso à frente do clube, conquistando os campeonatos brasileiros de 2019 e 2020, além da Libertadores de 2019. Depois disso, ficou no “cheirinho”: em 2021 o clube foi vice do campeonato brasileiro, da Libertadores e, em 2022, da Supercopa.
Ele, porém, está envolto na polêmica dos meninos do Ninho do Urubu. No começo de seu mandato, um terrível acidente culminou na morte prematura de 10 meninos da base do Flamengo. Embora não seja culpado pelo acidente pelo fato de estar nos primeiros dias de seu mandato, Landim e o Flamengo tiveram uma postura que, muitas vezes, gerou antipatia no público – de tentar reduzir as indenizações para as famílias afetadas em quantias que não condiziam com a bonança financeira do clube de futebol mais rico do Brasil.
O executivo tem mais três anos de mandato na frente do Flamengo, mas é cotado como possível vice de Bolsonaro na eleição deste ano. O comandante do Flamengo se aproximou do presidente em 2020, quando brigaram com a Rede Globo – ironicamente uma entidade acusada de beneficiar o clube tantas vezes no passado – pela Lei do Mandante, que permite a venda dos direitos de transmissão diretamente pelos clubes mandantes no Brasil.
Landim deve chegar no conselho da Petrobras para defender a política de preços alinhada com o dólar, que tem também levantado controvérsias no Brasil – principalmente com a guerra entre Rússia e Ucrânia fazendo o preço do petróleo disparar. Ele encabeça a chapa que deverá ser apreciada pelos acionistas em 13 de abril.
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