ARTIGO: Arte de projetar negócios

Modelagem financeira baseada no plano de negócios pode ser uma ferramenta

É comum ver empresas elaborando planos estratégicos, porém muitas vezes elas não levam em consideração adequadamente os aspectos financeiros e os impactos gerados por essas estratégias. Ao olhar o mapa estratégico surgem várias questões: “Como capturar os resultados das estratégias definidas?”, “Será que minha capacidade de geração de caixa é suficiente para sustentar a execução do plano?”, “Vou precisar de capital terceiro em algum momento?”, entre outras.

Nesse contexto, a modelagem financeira, baseada no plano de negócios ou business plan (BP), pode ser uma ferramenta fundamental para responder a essas perguntas e garantir melhor previsibilidade do negócio. Mas por que chamamos isso de “arte” da modelagem? Porque, na verdade, não existe uma fórmula para elaborar um BP. Quanto mais complexo o negócio em termos de fornecedores, perfis de clientes, produtos ou serviços, maior será a densidade do plano e mais difícil será a modelagem. A boa notícia é que existem alguns aspectos e ferramentas que podem facilitar esse processo.

O primeiro passo é compreender o modelo de negócios e ter clareza sobre ele. Pegamos, por exemplo, uma empresa de Software as a Service (SaaS) que tem um modelo baseado em assinaturas mensais. Precisamos entender quais são os produtos ou planos e suas precificações, para qual tipo de cliente cada plano melhor se adequa, quais os principais canais de vendas, etc. O segundo passo é definir um conjunto adequado de indicadores de desempenho, os famosos KPIs. Eles são uma fração menor das premissas que comporão nossa modelagem e nos auxiliarão nas projeções, uma vez que nos permitem a criar um racional e tratar as premissas de forma mais granular.

Por último, precisamos definir valores para cada um dos indicadores da forma mais assertiva possível. Para que não se torne uma atividade de “adivinhação”, costumamos utilizar dados históricos da própria Companhia ou benchmarks a partir de empresas semelhantes, sempre ajustando de acordo com as habilidades ou deficiências da empresa em questão.

Para a realização deste tipo de trabalho não há como fugir da necessidade de se ter grande capacidade analítica e conhecimento do negócio. E, obviamente, a prática ao longo do tempo gera experiência e isso eleva a precisão das projeções.

Dominando estes elementos, lançamos mão de planilhas que ajudam a estruturar nosso raciocínio e traçar curvas mais precisas de receitas e despesas, projetando o crescimento e desenvolvimento do negócio.

*Bruno Ruy é sócio da Auddas

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