Na última segunda-feira, quando a bolsa de valores (ibovespa) caiu mais de 10% e o circuit breaker foi acionado o pânico estava instalado não somente no Brasil, mas no mundo todo em meio a briga da Arábia Saudita e Rússia pelo preço do barril de petróleo. Em meio a economia frágil e o pânico do coronavírus, qualquer nova notícia negativa cai como uma bomba atômica no Ibovespa. Entretanto, além dos prejuízos, sempre ficam os ensinamentos com as catástrofes.
Circuit Breaker
O Financista Fabrizio Gueratto, do Canal 1Bilhão Educação Financeira lista as principais lições que todo investidor deve aprender com o caos:
1) 100% dos investimentos em ações: Em meio à onda de otimismo com a retomada econômica brasileira, muitos investidores, principalmente os novatos, achavam que a renda variável só variava para cima. Que o preço das ações cairia apenas por alguns dias, mas a trajetória de alta era líquida e certa. Por isso, muitos colocaram 100% do seu patrimônio em ações, um erro condenado por todos os educadores financeiros. Por mais que investimento em ações seja investimento em empresas e muitas delas extremamente sólidas, no curto e médio prazo eventos imprevisíveis, como o coronavírus, podem acontecer.
2) Cisnes Negros: O estatístico e escritor Nassin Taleb explica que eventos raros e improváveis, como os chamados “Cisnes Negros” acontecem e obviamente ninguém espera. O coronavírus pode ser interpretado como um desses eventos. No final de 2019 o mundo estava razoavelmente otimista com o acordo comercial entre China e EUA e o brasileiro animado com a perspectiva de forte retomada econômica do país, com o PIB podendo crescer até 3%. Porém, um surto que começou na China jogou um balde água fria no mundo. Isso serve como base para que o excesso de otimismo não pode contaminar a racionalidade. Eventos inesperados ocorrem de repente.
3) Frieza para investir: O maior investidor do mundo, Warren Buffett, recomenda cautela quando todos estão interessados em investir em ações e para o investidor ser corajoso quando todos estão pessimistas. É a lógica básica de comprar na baixa e vender na alta. Em momentos de pânico, quando os mercados estão derretendo, comprar mais ações de forma fracionada, ou seja, aos poucos, pode ajudar a melhorar o preço médio da carteira de ações.
4) Hedge: Com o PT (Partido dos Trabalhadores) perdendo as eleições era claro e notório que o dólar iria cair, talvez chegando próximo de R$ 3,00. Na teoria tudo funciona, porém, a economia não é apenas afetada pelo cenário interno de um país, como também pelo o que acontece no mundo. Por isso a importância de todos terem um “seguro” na carteira, o que no mercado financeiro é chamado de hedge. O hedge nada mais é um instrumento de proteção contra quedas. Por exemplo. Geralmente quando a bolsa de valores desaba o dólar se valoriza. Portanto, ter investimento em um fundo cambial ou em um fundo atrelado ao ouro, são essenciais para segurar a queda da carteira de investimentos.
5) Renda fixa é essencial: Com a queda da taxa Selic, muitos investimentos de renda fixa passaram a render apenas um pouco mais do que a inflação e alguns até passaram a perder. Com isso, muitos investidores simplesmente tomaram a decisão de não ter mais renda fixa na carteira ou ter um percentual muito pequeno. Momentos de caos no sistema financeiro global, inesperado pela maioria dos investidores, comprovam que a renda fixa não morrerá e nem jamais deixará de existir.
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