O Banco Central (BC) aumentou o volume ofertado em leilão de rolagem de swap cambial tradicional previsto para esta segunda-feira (30), para um ritmo que, se mantido até o fim do mês, representará colocação líquida de dólares no mercado futuro, algo já sinalizado pelo BC diante da expectativa de compra bilionária de dólares na virada do ano relacionada ao overhedge.
Segundo a Reuters, o BC anunciou na sexta-feira que, entre 11h30 e 11h40 desta segunda, disponibilizaria 16 mil contratos de swap cambial, ou 800 milhões de dólares, para rolagem do vencimento 4 de janeiro de 2021.
A autarquia
A autarquia vem fazendo operações de rolagem desse vencimento deste o último dia 17. Até então, vinha ofertando 12 mil contratos de swap (600 milhões de dólares) em cada leilão, período em que vendeu 5,4 bilhões de dólares nesses papéis.
Se mantiver até o fim de dezembro oferta de 16 mil contratos de swap para rolagem, com colocação integral, o BC terminará negociando 21,4 bilhões de dólares, 9,602 bilhões de dólares a mais do que o estoque a vencer em 4 de janeiro (11,798 bilhões de dólares). A estimativa considera que o BC não fará operações em 24, 25, 30 e 31 de dezembro.
“Com isso, (o BC) alivia pressão do overhedge de 16 bilhões de dólares”, comentou Marcos Mollica, do Opportunity.
O overhedge
O overhedge é uma proteção cambial adicional adotada por bancos que deixou de ser interessante depois de mudanças, anunciadas no começo do ano, em regras tributárias. Desfazer o overhedge implica compra de dólares, movimento em curso desde os primeiros meses do ano e que, segundo analistas, tem grande peso na disparada de 32,72% do dólar em 2020.
O mercado está à espera de que o BC faça colocação líquida de swaps desde o último dia 16, quando a instituição sinalizou essa possibilidade ao anunciar início de rolagens de swaps vincendos em janeiro.
Recalibrar
Na ocasião, o BC informou em nota que poderia “recalibrar o montante ofertado, conforme as condições de mercado”.
O texto foi lido por agentes de mercado como uma “oficialização” de indicação dada pelo diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, no começo de novembro, quando ele afirmou que a autoridade monetária deveria atuar no final do ano no mercado de câmbio em função de grande fluxo esperado no país por causa do overhedge dos bancos.
Mais recentemente, tanto o presidente do BC, Roberto Campos Neto, quando o diretor de Política Monetária do banco, Bruno Serra, reforçaram que o BC poderia intervir em caso de disfuncionalidade.
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