O índice PMI Industrial ficou em 49,4 para novembro. O resultado foi apresentado para Brasil foi apresentado nesta sexta-feira (01/12) pela S&P Global. Com esse resultado, o índice Gerente de Compras, ajustado, indicou o terceiro mês consecutivo de deterioração na saúde do setor. No entanto, devido ao aumento em relação aos 48,6 registrados em outubro, os dados mais recentes indicaram a taxa de contração mais lenta nesse período.
O movimento ascendente no valor principal foi decorrente de reduções mais brandas em novos pedidos, produção e estoques de insumos, bem como de um aumento na criação de empregos.
“Os produtores de bens no Brasil indicaram que os níveis elevados de preços restringiram a demanda por seus produtos à medida que nos aproximamos do final do ano. As dificuldades de precificação competitiva em mercados internacionais resultaram em uma queda mais acentuada em novos pedidos para exportação”, disse a diretora Associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.
O setor industrial do Brasil permaneceu em contração à medida que o final de 2023 se aproxima, mas foram observados aspectos positivos nos resultados mais recentes do PMI.
No lado negativo, a produção e os novos pedidos caíram pelo 3º mês consecutivo, o que levou a outro corte na compra de insumos, com as empresas se concentrando na utilização dos estoques ao invés do seu reabastecimento. Entretanto, um novo aumento nos preços de compra levou as empresas a aumentarem os seus preços em novembro. As ocorrências favoráveis incluíram a criação sustentada de empregos, o fortalecimento da confiança nos negócios e quedas mais suaves nas vendas e na produção.
“Houve um vislumbre de esperança nos resultados mais recentes, na forma de quedas apenas marginais nos pedidos a fábricas e na produção. Outra ocorrência positiva sinalizada pela pesquisa PMI foi uma melhoria na confiança nos negócios, que se repercutiu na criação de empregos”, citou De Lima.
Embora os resultados mais recentes tenham mostrado que os fabricantes brasileiros de bens se depararam com um novo aumento nos custos dos insumos, a taxa de inflação foi moderada e notavelmente mais lenta do que a sua média de longo prazo.
Os participantes da pesquisa relataram aumentos de preços de diversos produtos agrícolas – milho, frutas, arroz e açúcar – juntamente com fertilizantes, laticínios, derivados de carne, metais, papel e plásticos.
Depois de oferecerem descontos por sete meses consecutivos, os fabricantes elevaram os preços de venda em novembro. A taxa de inflação foi marginal e insignificante para os padrões históricos.
As condições de demanda difíceis e a falta de novos pedidos continuaram a reduzir os volumes de produção no Brasil. A produção caiu pelo terceiro mês consecutivo na metade do quarto trimestre, porém a um ritmo tênue que foi mais brando do que em outubro.
Da mesma forma, o volume de novos negócios caiu pelo terceiro mês consecutivo em novembro, porém apenas discretamente.
Além disso, a taxa de redução foi a mais lenta durante o período acima mencionado. As empresas que relataram queda nas vendas citaram tendências adversas de demanda, o adiamento de pedidos e a impressão entre os clientes de que os preços dos produtos estavam altos demais.
Enquanto isso, dificuldades de precificação competitiva nos mercados externos teriam restringido as vendas internacionais.
Os novos pedidos para exportação caíram acentuadamente e a uma das taxas mais aceleradas já registradas nos últimos três anos e meio.
Os níveis de compra diminuíram em novembro, em meio a uma combinação de materiais suficientes mantidos nos estoques e uma demanda discreta. Embora moderado, o ritmo de redução foi o mais acelerado desde julho.
“No que diz respeito ao reabastecimento de estoques, os fabricantes adotaram uma abordagem de esperar para ver. As empresas optaram por complementar a produção com estoques existentes ao invés de comprar insumos, até que a tendência da demanda se torne mais clara”, enumerou.
Com as empresas utilizando os estoques existentes para complementar a produção, os estoques de insumos continuaram a cair. A queda mais recente foi a terceira no mesmo número de meses, porém a mais fraca desta sequência.
Os fabricantes brasileiros de bens sugeriram que um excedente de oferta de insumos em relação à demanda teria levado a uma melhoria no desempenho dos fornecedores pelo décimo terceiro mês consecutivo. Além disso, os prazos médios de entrega sofreram uma das maiores reduções já registradas em quase 18 anos de coleta de dados.
As expectativas de negócios melhoraram, atingindo o nível mais alto em quatro meses em novembro, com os participantes da pesquisa prevendo melhores condições de demanda de um modo geral no próximo ano. O lançamento planejado de novos produtos, investimentos e expectativas de novos cortes nas taxas de juros também estimularam o otimismo.
Projeções otimistas para a demanda, a introdução de novos processos industriais e esforços de reestruturação mantiveram o emprego dentro da zona de crescimento. A taxa de criação de empregos foi modesta, porém a mais forte em mais de um ano.
“Embora um excedente de oferta de insumos em relação à demanda tenha induzido prazos de entrega mais curtos, não diminuiu as pressões sobre os preços. Os custos aumentaram pela primeira vez em sete meses, com uma tendência semelhante observada para os preços dos bens finais. Até agora, no entanto, as taxas de inflação foram insignificantes no contexto dos dados históricos”, conclui De Lima.
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