A EQI Research inicia cobertura do setor de proteínas, com destaques estão Minerva Foods (BEEF3) e JBS (JBSS3).
Veja o resumo das análises
Para Minerva Foods (BEEF3) temos recomendação de COMPRA e preço-alvo de R$ 15,50, representando um potencial de valorização de 93%.
Para a JBS (JBSS3), temos também recomendação de COMPRA e preço-alvo de R$32,00, com um potencial de valorização de 80%.
Entre as duas, nossa preferida no momento é BEEF3. Entendemos que a reação do
mercado ao recente anúncio da aquisição das plantas da Marfrig foi exagerado, aumentando ainda mais o potencial de valorização que enxergamos para as ações. Além disso, vemos o momento do ciclo bovino mais favorável para frigoríficos com exposição aos mercados sul-americanos. Todos os nossos preços alvos são calculados para dezembro de 2024.
Por que investir em BEEF?
Segundo maior exportador de carne bovina in natura do Brasil e líder de mercado
nas exportações a partir de Paraguai, Colômbia e Argentina. Apesar de ser o frigorífico com o mix de produtos menos diversificado, vemos BEEF como melhor posicionado para se beneficiar da virada do ciclo do gado na América do Sul, com custos de aquisição de boi gordo mais baixos e melhores volumes de exportação.
Riscos para a avaliação (BEEF3): apreciação do Real, prejudicando competitividade das exportações, importações chinesas abaixo do esperado, em especial no 2o semestre, quando o país costuma aumentar sua demanda para o Ano Novo, e fechamento de mercados para exportação.
Por que investir em JBSS?
JBSS é a maior processadora mundial de proteínas e, com um portfólio de produtos e presença geográfica altamente diversificados, possui a maior capacidade entre todos os frigoríficos brasileiros de mitigar os riscos trazidos pela natureza cíclica do negócio. Acreditamos que a pior parte do ciclo bovino nos EUA já ficou para trás e devemos começar a ver margens crescentes nos próximos trimestres.
Recentemente, JBSS anunciou a intenção de listar suas ações nos EUA, um movimento há muito aguardado por investidores, e que poderá de destravar valor de suas ações ao permitir a comparação direta com pares internacionais.
Riscos para a avaliação (JBSS): piora no ambiente de consumo norte americano, dificultando recuperação de margens, não aprovação do processo de listagem nos EUA, e crescimento da alavancagem acima do esperado em função de cultura agressiva de aquisições da companhia.
Tese de Investimento
Listagem das ações nos EUA destravando valor. Sete anos depois da primeira tentativa, a JBSS anunciou, no último dia 12 de julho, que dará início ao seu plano de listagem de ações nos EUA. Os atuais acionistas poderão trocar suas atuais ações JBSS3 por ações ordinárias Classe A e Classe B da JBS N.V., constituída na Holanda e listada nos EUA. A ação Classe A, por sua vez, poderá ser trocada por BDRs nível 2 listados na B3 do Brasil.
Apesar de ainda não haver data definida para realização da AGE que deliberará sobre o tema, o objetivo da companhia é ter todo o processo de listagem concluído até dezembro de 2023.
Acreditamos que essa listagem internacional pode ajudar a JBSS a destravar valor para seus acionistas, já que suas ações negociam no Brasil por múltiplos abaixo aos dos seus pares norte-americanos e seu custo de capital é mais alto, por incorporar o prêmio de risco Brasil, mesmo que suas receitas já sejam majoritariamente no exterior.
Outro benefício seria também em relação a governança. Ao passar diretamente para o escrutínio da SEC (órgão regulador do mercado de capitais norte-americano), acreditamos que o investidor estrangeiro pode melhorar sua percepção de risco para a companhia.
Ainda que a JBS precise atender às expectativas de investidores em um novo mercado antes que vejamos uma eventual expansão de múltiplos, achamos que o diferencial para seus pares norte-americanos é tão grande que mesmo uma expansão de múltiplos parcial renderia uma valorização significativa das ações.
Comentários estão fechados.