A crescente demanda por conectividade de internet de alta velocidade com baixa latência e consumo de energia tem acelerado o crescimento do mercado de 5G.
Embora muitas vezes falado em referência a dispositivos móveis, o padrão 5G se estende além disso. Ele também pode ser aplicado a conexões domésticas e corporativas com a internet por meio do wireless fixo ou FWA (Fixed Wireless Access).
Então, como o FWA difere da internet wireless tradicional? Em configurações de internet tradicionais, um cabo vai até o local. O usuário compra um roteador, o conecta e o usa como desejar.
Com o wireless fixo, não são necessários cabos. Em vez disso, uma antena “fixa”, semelhante a uma parabólica, é instalada, criando uma conexão sem fio com uma
torre próxima.
Quando essa antena fixa recebe o sinal, ela pode enviar a conexão por um cabo curto até a casa, onde pode se conectar a um roteador ou outro dispositivo conforme necessário.
Essa tecnologia não é nova, podendo ser utilizada também com dispositivos 4G, mas o leque de possibilidades a ser aberto é interessante demais para ser deixado de lado.
O 5G FWA (Fixed Wireless Access) permite que as operadoras de telecomunicações forneçam serviços de internet de banda larga em áreas onde as linhas de internet de fibra ou fixa estão ausentes.
Uma outra questão é que a instalação de linha fixa para internet de alta velocidade é
um grande problema. Em muitas áreas urbanas, a infraestrutura é tão cara para ser
instalada e mantida que nem vale a pena. As áreas rurais enfrentam problemas
semelhantes devido aos grandes espaços de instalação.
O 5G resolve essas questões diminuindo bastante a infraestrutura física necessária para fornecer internet confiável. Isso deve disponibilizar serviços de internet para muitas áreas que anteriormente não tinham acesso a eles.
De acordo com o relatório de pesquisa publicado pela Polaris Market Research, o tamanho do mercado global do FWA 5G deve chegar a US$ 88,5 bilhões até 2027.
A perspectiva é completada pela Counterpoint Research, que estima que o total de
assinaturas de banda larga FWA atinja 462 milhões até 2030.
A primeira operadora a lançar o 5G na América Latina, a Antel Uruguai, ainda não
conseguiu lançar a banda larga sem fio 5G massiva, embora tenha planos de fazê-lo.
O grande entrave que barra (pelo menos por enquanto) a adoção do FWA 5G por
operadoras como a Claro e a TIM, é o custo. Apenas o equipamento tem o valor médio de R$ 1,2 mil, isso sem dizer dos investimentos em toda a infraestrutura necessária para implantá-lo.
Em 2021, a fabricante brasileira Intelbras chegou a divulgar um acordo com a Qualcomm para a produção conjunta de equipamentos que seriam lançados ainda em 2022. No final do ano passado um protótipo foi apresentado e atualmente ele está em fase de homologação.
A Counterpoint Research acredita que os valores devem ser reduzidos até o final do ano que vem, iniciando a popularização até o final de 2024. Mas qual será a chance da tecnologia ser adotada de verdade no Brasil?
A empolgação das operadoras por enquanto não é grande, tanto que a própria Intelbras disse que não há um modelo de negócios pronto e todos ainda estão assimilando a tecnologia.
Vamos aguardar e torcer para que o FWA 5G se torne uma realidade por aqui!
*João Moretti é consultor na área de tecnologia, CEO da Moretti Soluções Digitais, presidente da ABIDs.
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