A B3 (B3SA3) divulgou lucro líquido de R$1,2 bilhão, em linha com resultado do segundo trimestre de 2021, e com ligeira queda de 1,5% se comparado ao primeiro trimestre de 2022. As receitas somaram R$ 2,5 bilhões, o que representa redução de 7,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior e de 2,3% em comparação ao primeiro trimestre do ano.
O 2T22 foi marcado pela continuidade das preocupações com o cenário macroeconômico global, com elevações nas taxas básicas de juros das principais economias do mundo a fim de conter a escalada inflacionária. No Brasil, o Banco Central seguiu com a postura contracionista e elevou a taxa básica de juros de 4,25%, no fim do 2º trimestre de 2021, para o patamar de 13,25% em junho.
“A conjuntura econômica e, consequentemente, a redução do apetite ao risco dos investidores, resultaram em volumes mais baixos no segmento de listados durante o trimestre. Por outro lado, o aumento da taxa de juros impulsionou um crescimento significativo no segmento de Balcão, especialmente no estoque de instrumentos de renda fixa, o que reforça a eficiência da B3 em garantir a diversificação de suas receitas”, diz o diretor-executivo Financeiro, Administrativo e de Relações com Investidores, André Veiga Milanez.
Em linha com o compromisso de incentivar o avanço do mercado de capitais, a B3 lançou, em maio, novos produtos para operações estruturadas EDS e UDS (Exchange-Defined / User-Defined Strategies) voltados ao mercado de derivativos de taxa de juros, que possibilitam a negociação de múltiplos instrumentos com diferentes vencimentos em uma única operação, reduzindo custos e mitigando riscos. Também no mês de maio, a B3 firmou uma parceria estratégica com Microsoft e Oracle para a migração de sistemas para nuvem.
Outro destaque do trimestre foi o lançamento da L4 Venture Builder, um fundo com capital de R$ 600 milhões para investimentos no ecossistema de inovação e empreendedorismo.
Receita do segmento Listados
No segundo trimestre de 2022, o segmento de listados obteve receita de R$ 1,6 bilhão (65,1% do total), o que representa queda de 10,4%. No mercado de ações e instrumentos de renda variável, houve queda de 13,1% no volume financeiro médio diário negociado (ADTV) de ações à vista, reflexo do cenário de elevação da taxa de juros no Brasil.
Também foi registrada queda de 17,8% no valor de mercado das empresas, o que contribuiu para a diminuição do volume financeiro negociado. No caso dos contratos futuros de índices, houve queda de 3,3% no número de contratos negociados, explicada pela queda na negociação da versão mini desses contratos.
Já o número médio de contas totais na depositária de renda variável cresceu 37%, resultado da contínua busca dos investidores individuais por maior diversificação em seus portfólios. Por fim, o volume de posições em aberto de operações de empréstimo de títulos caiu 3,9%.
Receita do segmento Balcão
O segmento de balcão registrou crescimento de 13,7% e receita de R$ 319 milhões (12,8% do total). Devido às taxas de juros mais altas, os instrumentos de captação bancária registrados no segundo trimestre tiveram crescimento de 19,8% em volumes de emissões e 15,4% em estoque. Os números podem ser explicados, principalmente, pelo crescimento das emissões de CDB, que representaram 73,1% das novas emissões durante o trimestre.
Os outros instrumentos de renda fixa registraram crescimento de 92,3% em emissões, número influenciado pelo aumento de 95,9% nas emissões de instrumentos do agronegócio, que representaram 76% das emissões desse grupo, contra 74,6% no mesmo período do ano passado.
O estoque médio dos instrumentos de dívida corporativa aumentou 26,9%, com as debêntures de leasing representando 17,8% do estoque médio no período. Outro destaque do mercado de renda fixa foi o contínuo crescimento do Tesouro Direto, cujo número de investidores cresceu 29%, enquanto o estoque em aberto cresceu 28,5%.
Já as emissões no mercado de derivativos de balcão e operações estruturadas apresentaram crescimento de 26%, com aumento em praticamente todos os instrumentos. Na mesma comparação, o estoque médio apresentou crescimento de 11,5%.
Receita do segmento Infraestrutura para Financiamento
O segmento obteve receita de R$ 110,6 milhões (4,4% do total), o que representa queda de 5,3%. O número de veículos vendidos diminuiu 10,9% no Brasil em relação ao segundo trimestre de 2021, devido à escassez de matéria-prima e aumento nos preços, tanto de veículos novos quanto de usados.
Seguindo a tendência do setor, o número de inclusões no Sistema Nacional de Gravames (SNG) diminuiu 9,3%. Em comparação com o trimestre anterior, houve aumento de 20% no número de veículos vendidos e de 6% no número de veículos financiados, explicado principalmente pela baixa base de comparação nos primeiros meses de 2022.
Receita do segmento tecnologia, dados e serviços
O segmento de tecnologia, dados e serviços da B3 registrou alta de 28% e receita de R$ 438,3 milhões (17,6% do total). A quantidade média de clientes do serviço de utilização mensal dos sistemas de Balcão aumentou 14,2% no período, resultado, principalmente, do crescimento da indústria de fundos no Brasil.
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