Percebendo o interesse crescente da sociedade por criptomoedas, políticos de todo o mundo têm se aproximado desse universo. A guerra entre Ucrânia e Rússia escancarou o potencial político da criptoeconomia. O Brasil que está prestes a entrar em período eleitoral, será comum a representatividade cripto neste panorama. Essa é a leitura de Rodrigo Soeiro, fundador da Monnos primeiro cryptobank do país.
“Como a população está cada vez mais olhando para cripto como uma oportunidade econômica, o cenário político está acompanhando esse movimento. A criptoeconomia é a próxima fronteira das finanças globais, assim, é ótimo ver políticos encampando a defesa desta nova tendência. Trata-se de reconhecimento da força que o setor está obtendo”, pontua.
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Algumas narrativas políticas envolvendo cripto já estão se desenhando. No Canadá, o candidato do Partido Conservador, Pierre Poilievre, já se colocou positivamente a favor da liberdade da população em utilizar o bitcoin como dinheiro legal no país. O recém eleito presidente da Coréia do Sul, Yoon Suk-Yeol, também tem posturas pró-cripto, deliberando leis para eliminar impostos a pequenos investidores de criptoativos e buscando incentivar e atrair unicórnios da criptoeconomia.
Já aqui no Brasil, uma das decisões mais recentes veio da Prefeitura do Rio de Janeiro, que vai aceitar criptomoedas no pagamento do IPTU a partir de 2023, consumindo serviços de empresas do mercado cripto para fazer a conversão em reais, para que a gestão pública não tenha ativos de alta volatilidade em caixa.
“Não dá para uma pessoa que quer se candidatar a cargos nos poderes legislativo e executivo ignorar esse cenário. A criptoeconomia tem conduzido a evolução da economia digital e, mais do que isso, integrando diferentes setores na estruturação de novas disrupções, como o tão falado metaverso. É uma revolução que envolve consumo, comportamento, cultura e poderes públicos e privados, um movimento que nenhum político deve desconsiderar”.
Brasil entra em Top 3 de crescimento da criptoeconomia
De acordo com uma pesquisa realizada pela exchange americana Gemini, o Brasil em 2021 está entre os top 3 países em crescimento de usuários de cripto, juntamente com Hong Kong e Índia. O estudo analisou o comportamento de mais de 30.000 investidores em 20 países – no comparativo entre continentes, a criptoeconomia cresceu 46% na América Latina.
“No último ano, o número de usuários de cripto quase dobrou globalmente. Mais de 3/4 dos bancos centrais ao redor do mundo já estudam o lançamento de criptomoeda própria. El Salvador adotou o Bitcoin como moeda local junto ao dólar e outros países cogitam dar o mesmo passo, fora a presença de marcas do setor inundando patrocínios de clubes de futebol, eventos e até pessoas, como Tom Brady, Gisele Bundchen e Neymar. Por fim, mas não menos relevante, o conflito entre Rússia e Ucrânia mostrou o quão frágil são os bancos e o consequente acesso a capital, quando o cenário de incerteza econômica foge do controle. Tudo isso encabeçou uma expansão da criptoeconomia, e é natural que o próximo passo seja político”, complementa Rodrigo.
O especialista conclui que não há melhor hora para ocorrer a representatividade cripto no universo eleitoral, principalmente porque a criptoeconomia inevitavelmente será regulada e, quanto mais pessoas próximas ao ecossistema participarem dessa discussão, melhor será para o setor e seus usuários. Mas ele alerta que, assim como a política está se apropriando da criptoeconomia, cabe à população também analisar em quais discursos ela está sendo apropriada.
“A criptoeconomia é, acima de tudo, a liberdade econômica de cada indivíduo. E é preciso que as pessoas se atentem a isso ao analisarem as propostas políticas. O que o candidato está dizendo sobre esse universo, se o seu discurso apoia o seu desenvolvimento ou o contrário. Porque a posição política que ele tomar acerca de cripto dirá muito sobre a sua visão da economia em geral”, conclui.
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