O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 0,83% em junho. O índice é uma prévia da inflação oficial do Brasil para o mês de junho, que está 0,39 ponto percentual acima da taxa de maio (0,44%). A alta no IPCA, assim como os indícios de uma inflação cada vez maior, não é novidade.
Segundo o IBGE, instituição responsável por divulgar os dados, mais de um terço da taxa registrada em junho é por consequência das altas na gasolina e energia elétrica, causada pela crise hidrelétrica enfrentada pelo país.
Metas e Frustrações
Com a inflação atual em 8,06% nos últimos 12 meses, a meta de 5,25% prevista para este ano ficou bem distante. No entanto, o CMN (Conselho Monetário Nacional) fixou a meta da inflação de 2024 em 3%.
Dessa forma, alguns especialistas afirmam que a meta está um pouco distante da realidade. Todavia, há aqueles que acreditam que uma meta mais baixa é o ideal para calibrar as expectativas do mercado.
“O IPCA de maio também veio acima do esperado e mostrou uma difusão bastante significativa, demonstrando que a alta de preços está se tornando mais disseminada. A continuidade da alta nas expectativas de inflação, em especial a do IPCA de 2022, demonstra que o processo inflacionário continua exigindo retirada de estímulos”, afirma Nicolas Borsoi, Economista da Nova Futura Investimentos.
Necessidade de mudar alguns hábitos
O aumento contínuo da inflação já traz consequências, que começaram a ser sentidas, principalmente, entre a população mais pobre do país.
A realidade de muitas famílias brasileiras, que recebem o salário mínimo (R$ 1.100), é a obrigação de mudar hábitos, como deixar de consumir carne ou diminuir o consumo de energia elétrica, assim como cortar custos para caber no orçamento.
Os preços estão ficando maiores. Além disso, a alta nos preços do país já acumula 3,22% no ano e 8,06% em 12 meses. Dessa forma, a inflação atinge em cheio o poder da população.
“Inflação é perda do poder de consumo. Quando olhamos nas classes de mais baixa renda, o gasto é concentrado em alimento, energia, aluguel e transporte, que subiram muito. Ou seja, houve aumento de coisas que elas consomem no dia a dia”, afirma Maria Andreia Lameiras, economista do Ipea.
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