O brasileiro já estava contando que o dólar atingiria os R$ 6 – era quase uma certeza para muito investidor nacional, ou para quem planejava viajar para fora do País. A surpresa, porém, é que neste início de ano a moeda americana inverteu tendência e passou a cair, já acumulando R$ 0,57 de queda desde o início de janeiro. Com isso, o dólar está na casa dos R$ 5, o que o brasileiro não imaginou que veria tão cedo.
São três os fatores que estão jogando o dólar para baixo – mesmo em um período de tensões internacionais, o que tradicionalmente faz o dólar subir. Esse movimento não foi ignorado, e muita gente no mercado está mencionando uma “Fuga ao Brasil”, um contrassenso.
E se o dólar está em queda hoje, amanhã não há tanta certeza disso: as tensões eleitorais podem jogar dúvidas sobre a condução do país e fazer o investidor fugir. Por isso, talvez o melhor momento de comprar seja agora no 1º semestre – mas não compre tudo que você precisa de uma vez, vá com calma, comprando aos poucos.
Se você conhece alguém que vai viajar e que quer saber qual é o melhor momento de comprar dólares, basta compartilhar essa matéria via WhatsApp clicando aqui. E para ficar de olho no seu dinheiro, entre nos nossos grupos de WhatsApp e receba notícias do mercado em tempo real, além de materiais, relatórios e outras informações que vão te ajudar a investir melhor e guardar mais dinheiro.
Preço das Commodities
O primeiro, e principal fator, é a alta no preço das commodities visto neste início do ano, sobretudo em minério de ferro (alta de 27,43% no ano), petróleo (+33,68%), soja (+20,48%) e café (+80,62%) – produtos que o Brasil exporta. Com os principais produtos nacionais valorizados, o Brasil recebe um fluxo maior de dólar via exportações. E esse excesso de dinheiro entrando no Brasil acaba jogando a oferta de dólares no mercado para cima, o que derruba o preço.
Fluxo de investimentos na Bolsa
Mas o fluxo de dólares não é só por conta do preço das commodities. Há um fluxo de dinheiro entrando na bolsa, com saldo de R$ 54,27 bilhões até agora. O mês de fevereiro ainda não está tão bom quanto foi janeiro – R$ 32,49 bilhões ingressaram no primeiro mês do ano e, até agora, R$ 21,21 bilhões ingressaram no segundo. Novamente, essa quantidade de dinheiro entrando no Brasil acaba se tornando real, novamente com a oferta derrubando o preço.
Juros em alta
O terceiro fator é a alta de juros no Brasil, com o retorno para os dois dígitos, a Selic já está em 10,75%. Com isso, fica mais atrativo para o investidor estrangeiro trocar dólares por reais para realizar o “carry trade”, que busca ganhar na diferença de juros entre uma economia e outra. Se aqui estamos no patamar dos dois dígitos, nos Estados Unidos o juro está zerado há anos. O Fed, o equivalente americano ao Banco Central, sinalizou que deve começar o processo de alta de juros nos próximos meses, o que deve tirar alguns dólares do Brasil e, consequentemente, fazer a moeda subir.