Na tradicional “Super Quarta”, o Federal Reserve e Banco Central do Brasil decidiram o futuro das taxas de juros das duas economias. Nos EUA, o FOMC (equivalente ao nosso Comitê de Política Monetária) optou pela manutenção dos juros no país, permanecendo num intervalo de 5,25% a 5,50%, reiterando a posição severa em relação a uma possível elevação.
Já no Brasil, o COPOM decidiu pela redução em 0,5 p.p da taxa Selic, levando os juros ao patamar de 12,75% ao ano. A decisão seguiu como esperado, após manter o direcionamento iniciado na reunião de agosto de seguir com o ciclo de redução da taxa básica de juros.
Ambos os cenários convergem diretamente no desempenho da bolsa brasileira. Logo depois da decisão do banco central americano, o Ibovespa desacelerou, depois de subir mais de 1%, e fechou o pregão em alta moderada de 0,72%, aos 118.695 pontos. O dólar fechou em alta de 0,15%, cotado a R$4,88.
Para Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, o momento pós decisão de juros é de correção para o Ibovespa. “O pós FOMC e COPOM tem o principal aspecto de revisão para a bolsa de valores, caminhando em um ajuste mais para baixo dos preços dos ativos, tanto aqui quanto lá fora, além de ser possível perceber também um fortalecimento do dólar”, comenta.
O cenário pesa para os ativos de risco em todo o mundo
A escolha econômica americana pesa diretamente no panorama de ativos de risco. Depois das falas de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, em relação à severidade para as futuras decisões nos juros dos EUA, o índice Dow Jones caiu 0,22%, o S&P 500 recuou 0,94%, e o Nasdaq perdeu 1,53%.
“Essa sinalização na fala de Powell, de subir os juros mais para frente, pode fortalecer a moeda americana e pesar diretamente nos ativos de risco, com os índices americanos sofrendo diretamente as consequências. Os reflexos também serão sentidos aqui no Brasil”, comenta Cunha.
A influência do comunicado do COPOM para a bolsa
Levando em consideração o cenário econômico brasileiro, o Comitê de Políticas Monetárias trouxe em seu comunicado a sensatez de manter o ciclo de queda dos juros em reduções de 0,50 p.p, assim como demonstrou na primeira diminuição de juros registrada em agosto.
“…os membros do Comitê, unanimemente, antevêem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, afirmou o COPOM em seu comunicado.
Esse discurso reflete diretamente as análises feitas do Boletim Focus, que mostram que as expectativas de inflação para 2023, 2024 e 2025 encontram-se em torno de 4,9%, 3,9% e 3,5%, respectivamente.
“Uma parte do mercado, mesmo que pequena, ainda acreditava em possíveis cortes além dos 0,5 p.p, caminhando para 0,75 p.p, podendo sim impulsionar de forma mais enfática e positiva a performance do Ibovespa. A reação do mercado, em tom de negatividade, segue em linha com a decisão da Selic”, finaliza Cunha.
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