Produção industrial recua em dez locais em fevereiro, diz IBGE

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

A produção industrial recuou em dez dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na passagem de janeiro para fevereiro deste ano. As maiores quedas foram observadas no Ceará (-7,7%), Pará (-7,4%) e Bahia (-5,8%), de acordo com os dados divulgados hoje (8).

Também apresentaram recuos na produção os estados do Paraná (-2,5%), Santa Catarina (-1,5%), São Paulo (-1,3%), Rio Grande do Sul (-1,1%), Pernambuco (-1,1%) e Amazonas (-0,9%). A Região Nordeste, única que é analisada em seu conjunto, teve uma perda de 2,6% no período.

Por outro lado, cinco estados tiveram alta: Mato Grosso (7,3%), Espírito Santo (4,6%), Goiás (2%), Rio de Janeiro (1,9%) e Minas Gerais (0,5%).

Outras comparações

Na comparação com fevereiro de 2020, também foram observadas quedas em dez dos 15 locais, com destaque para Bahia (-20,9%), Pará (-11,4%) e Espírito Santo (-10,1%). Cinco locais tiveram alta, sendo a maior delas registrada em Santa Catarina (8,1%) e Rio Grande do Sul (7,9%).

No acumulado do ano, oito dos 15 locais tivera alta, sendo as mais acentuadas nos estados de Santa Catarina (9,5%) e Rio Grande do Sul (8,4%). Entre os sete locais com queda, a maior foi observada na Bahia (-18%).

Já no acumulado de 12 meses, 13 locais tiveram perdas em sua produção, com destaque para o Espírito Santo (-14,1%). Dois estados tiveram resultados positivos: Pernambuco (3%) e Pará (0,1%).

Produção Industrial

De acordo com o UOL, a indústria no Brasil está sofrendo com a falta de matérias-primas em diversos setores da economia. O problema afeta a quantidade e a qualidade da produção em segmentos como o da construção civil e o de móveis, dizem empresários. Segundo eles, a escassez desses insumos também é responsável por reajustes de preços de até 170% que estão atingindo toda a cadeia industrial e chegando aos consumidores finais. Falta material para construção de casas e até para fazer colchões.

Conforme o portal, o problema começou com a pandemia. As medidas de restrição para conter o avanço da doença no país interromperam, em diversos momentos, a produção de insumos importantes para a indústria, como aço, resinas de plástico, vidros e painéis de madeira. Quando a economia voltou a andar, também em alguns momentos, as encomendas foram maiores que os estoques que existiam.

Dólar alto ainda piora tudo

Para complicar, muitas dessas matérias-primas são cotadas em dólar porque têm mercado em qualquer lugar do mundo. Com a valorização da moeda americana, esses insumos ficaram ainda mais caros e escassos.

O suprimento de matéria-prima até vem melhorando devagar, mas os preços não estão baixando.

O problema da falta de matérias-primas vem se dissipando desde o último trimestre de 2020. A gente começa a ver essa redução da escassez, mas não com relação ao preço. E o preço não vai voltar ao patamar pré-crise, porque o mundo mudou.

André Rebelo, diretor de Economia e Estratégia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)

Isso já chegou ao bolso dos consumidores. O IGP-M, índice de inflação que mede preços em toda a economia e é usado para reajuste de aluguéis, por exemplo, já acumula alta de 31% em 12 meses. O que mais está pesando nesse indicador é justamente o IPA (Índice de Preços no Atacado), que mede a inflação na indústria – ele já subiu 42,5% em 12 meses.

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