O Boletim Econômico produzido pelo Núcleo de Estudos da Conjuntura Econômica (NECON) da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), analisou dados sobre desemprego no Brasil no 1º trimestre de 2021. O IBGE aponta a maior taxa e o maior número de pessoas desocupadas desde o início da série histórica, em 2012.
O NECON FECAP é um grupo formado por professores e alunos da Faculdade de Economia da FECAP, além de interessados, e pretende analisar indicadores de conjuntura e cenários da economia atual. O objetivo missão é criar um ambiente permanente e rico de reflexão e análise acerca da conjuntura econômica nacional, além de produzir relatórios que auxiliem investidores, empresários, gestores públicos e pesquisadores na tomada de decisão.
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Fecap: desemprego
A taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2021 ficou em 14,7%, sendo a maior taxa e o maior número de pessoas desocupadas desde o início da série histórica, em 2012. Em relação ao último trimestre de 2020, houve um aumento de 0,8 pontos percentuais na taxa de desocupação e um acréscimo de 880 mil pessoas na busca de emprego.
No entanto, o aumento do desemprego no primeiro trimestre do ano é um efeito sazonal esperado. Muitas vagas são abertas temporariamente, apenas para os eventos festivos do final do ano e que são fechadas no início do ano novo.
Em relação ao mesmo período do ano passado, os resultados do IBGE apontam um aumento de 2,5 pontos percentuais, movimento explicado, principalmente, pelas medidas de isolamento social de combate a pandemia adotadas durante este período.
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Taxa
Outra questão importante a mencionar é o fato de que a taxa de desemprego teve resultados melhores do que os esperados pelos economistas. Todavia, a surpresa não parte do maior número de pessoas ocupadas, mas sim da estabilização da taxa de participação na força de trabalho.
A participação em níveis pré-pandemia estava por volta de 62%, caiu para 54% no início da pandemia e passou a recuperar gradualmente até o último trimestre do ano passado. Era esperado que a participação continuasse sua recuperação, mas estabilizou em 57%. Existem algumas possíveis explicações para este fenômeno: (i) a volta do pagamento do auxílio emergencial, em abril; (ii) a demora no retorno das aulas presenciais nas escolas; e (iii) um potencial aumento de desalentados.
Perspectivas apontam recuperação do mercado de trabalho e da atividade em geral, com as flexibilizações das restrições de mobilidade. No entanto, para isso, é necessário que haja um controle da evolução da pandemia no país, o que é, hoje, uma grande incerteza por conta do ritmo de vacinação. Tamanha incerteza dificulta realizar previsões precisas quanto a taxa de desemprego e o mercado de trabalho. Dito isso, as projeções do mercado, para a taxa de desemprego, ao final deste ano, giram entre 12,3% e 14,6%.