Guerra entre Ucrânia e Rússia: entenda os impactos dos eventos globais no seu portfólio e como proteger seu capital

Em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia anunciou a invasão da Ucrânia, dando início a uma guerra entre os dois países. O confronto militar escalou por questões que remetem até à Guerra Fria e seus impactos no contexto geopolítico.

Independentemente da troca de acusações entre os países envolvidos e a comunidade internacional, é preciso considerar os efeitos que a situação pode causar globalmente. Inclusive, nos investimentos. Há uma ameaça para diversos mercados — e quem investe deve estar atento.

Neste artigo, você poderá ver um panorama sobre os impactos da guerra entre Ucrânia e Rússia na economia mundial e no mercado financeiro. Continue a leitura e saiba como se proteger!

 

Como o cenário de guerra afeta os mercados mundiais?

Para conhecer os efeitos de um conflito nos mercados mundiais, você deve notar que, na tentativa de afastar uma guerra mundial, diversos países e blocos econômicos estão travando uma guerra híbrida. Logo, o conflito é militar e financeiro.

Os Estados Unidos, por exemplo, anunciaram duras sanções econômicas à Rússia antes mesmo de a invasão se concretizar. Pouco depois, a União Europeia anunciou diversas medidas contra a Rússia e até contra russos que moram fora do país.

Entre as sanções, estão a exclusão dos bancos da Rússia do sistema bancário internacional Swift e o fechamento do espaço aéreo europeu para aeronaves russas. Na tentativa de antecipar o fim do conflito, os Estados Unidos também suspenderam a importação do petróleo russo.

Todos esses movimentos geram efeitos diretos no mercado, como o aumento do preço das commodities. O Brasil também foi e ainda pode ser impactado em diferentes esferas. Uma delas está relacionada ao fato de existir uma dependência dos fertilizantes importados do Leste Europeu.

Globalmente, o preço do barril de petróleo também disparou — o que encareceu a gasolina no Brasil e no mundo. Na primeira semana de março, por exemplo, o aumento acumulado do barril de petróleo superou 20%.

Além disso, bolsas de todo o mundo viram uma elevação do nível de volatilidade e quedas no desempenho por conta de uma precificação do risco de uma guerra acontecer. Em 7 de março de 2022, por exemplo, as bolsas americanas e o índice S&P 500 caíram entre 2 e 3% em um único dia.

 

Quais são os efeitos da guerra entre Ucrânia e Rússia para os investidores?

Como você viu, a disputa entre os dois países tem causado sérios impactos em diversos mercados. Para quem investe, a atenção deve ser redobrada, pois os efeitos poderão ser sentidos na carteira de diferentes maneiras ao longo do tempo.

Um dos pontos é, justamente, o aumento da volatilidade. Dependendo do tipo de investimento, é possível que haja quedas mais acentuadas — especialmente diante de uma instabilidade mais elevada. Se você investe apenas em ações brasileiras, por exemplo, há o risco de sua carteira sofrer com as quedas do Ibovespa — nosso principal índice de ações.

Outra situação que pode afetar sua carteira de investimentos nacional é a valorização do dólar. Em situações de incerteza, os investidores tendem a procurar mercados e moedas fortes, como é o caso da moeda norte-americana.

Como consequência, seus investimentos podem sofrer com o aumento da moeda. Nesse cenário, as empresas da bolsa brasileira, a B3, podem sofrer desvalorizações pela elevação de custos e redução dos lucros.

Ainda, é necessário considerar o efeito da inflação. Com o avanço dos preços das commodities e a valorização do dólar, a tendência é que os custos se elevem na economia. Isso faz com que a rentabilidade real do seu patrimônio se torne menor — podendo haver o risco de o portfólio render abaixo da inflação.

 

Como proteger o seu portfólio de investimentos?

Considerando os impactos da guerra entre Ucrânia e Rússia, é essencial saber como proteger o seu patrimônio, certo?

Uma das formas de alcançar tal objetivo envolve a diversificação global. Desse modo, você evita a concentração de recursos expostas ao mercado brasileiro.

Como os investimentos com exposição internacional são descorrelacionados do mercado interno, é possível se proteger de quedas no cenário nacional. Assim, seu portfólio se torna mais robusto e pode estar mais protegido contra a oscilação de preços.

A intenção ao diversificar globalmente é investir na economia mundial como um todo. Afinal, não é possível prever quais países sofrerão mais com a guerra e quais estarão mais estáveis ou em crescimento.

Essa diversificação também ajuda a dolarizar investimentos mediante a exposição cambial. Como o Brasil é um mercado emergente, a tendência em um momento instável é de migração dos investidores para uma moeda forte, como o dólar.

Assim, os investimentos com exposição cambial ajudam a proteger parte do patrimônio diante do avanço do dólar. Logo, você consegue diminuir os impactos de uma eventual desvalorização do real frente ao dólar.

 

Como os ETFs podem ajudar a proteger seu capital?

Para colocar a estratégia de proteção global em prática, existe um veículo financeiro que pode ser útil: o exchange traded fund (ETF), ou fundo de índice. Esse é um fundo de investimento que tem como objetivo replicar a carteira teórica de um índice de mercado.

Ele pode ajudar a proteger sua carteira no cenário de guerra entre Ucrânia e Rússia e em outros momentos de crise, primeiramente, porque facilita a diversificação. Existem diversos ETFs que replicam índices internacionais, então você se expõe ao mercado externo por meio deles.

Além disso, as carteiras dos fundos de índice geralmente reúnem diversos ativos. Essa é uma forma de reduzir a concentração e driblar as incertezas no mercado. Se você investe em ações de apenas uma companhia, o que acontece se a sede da empresa for invadida em uma guerra, por exemplo?

Com o ETF, há como se expor a um portfólio composto por dezenas e até centenas de ativos. Logo, ele é um meio de proteger os investimentos. Ademais, investir em ETF internacional ajuda a dolarizar a carteira e a se proteger das variações cambiais.

 

ETFs de setores resilientes

Outro fator a considerar sobre os ETFs é que certos fundos de índice investem em setores que são capazes de continuar se desenvolvendo mesmo em um contexto de guerra. As criptomoedas, por exemplo, são ativos digitais descentralizados e descorrelacionados do mercado tradicional.

Entre os ETFs voltados para esse segmento, vale destacar o NFTS11:

 

● NFTS11: reflete a performance do MVIS Crypto Media & Entertainment Leaders Index, administrado pela MV Index Solutions e composto por tokens de mídia e entretenimento.

 

Também é possível citar o segmento de tecnologia, que tende a continuar se desenvolvendo, mesmo em um contexto geopolítico conflituoso. O USTK11, por exemplo, replica o ETF Vanguard Information Technology (VGT), o qual investe em mais de 350 empresas de tecnologia dos EUA.

Como você viu, a guerra entre Ucrânia e Rússia pode afetar diretamente os mercados e o portfólio de quem investe. Entretanto, é possível adotar uma estratégia de proteção da sua carteira para enfrentar a incerteza de forma inteligente.

 

Ficou interessado em fazer esse tipo de investimento? Aproveite para descobrir como investir em ETF!

você pode gostar também

Comentários estão fechados.